A importância da relevância pessoal e profissional na maturidade

A importância da relevância pessoal e profissional na maturidade

Maria Cristina (Kika) Ricciardi acredita na importância e pratica a relevância pessoal e profissional na maturidade! Dona de uma força e vitalidade admiráveis, é a convidada da fundadora da Estilo 5.0+, Cintia Yamamoto para compartilhar com a gente suas experiências e aprendizados.

Vamos saber mais sobre a sua trajetória.

Kika é Conselheira de Administração, uma das precursoras e mais ativas Investidoras Anjo do Brasil, Membro da Comissão de Estratégia do IBGC, Membro do Programa de Diversidade e Conselho do Women Corporate Directors Brasil e Mentora do CEOLab e do Instituto  Quintessa

Tem mais de 30 anos de experiência como Executiva em instituições financeiras globais como o Citibank e o Deutsche Bank,

Formada em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, com pós MBA no Boardroom Program for Women da Escola Saint Paul e Certificação como Conselheira de Administração pelo IBGC e Conselheira de Inovação e Master em Governança e Nova Economia pela Gonew.

Realizou nos últimos 5 anos, imersões nos principais ecossistemas de startups do mundo como Israel, Austin, Seattle, Berlim, África do Sul e Nova York.

Seu propósito é fazer parte da jornada de transformação de pessoas e negócios que buscam impactar positivamente a vida atual e futura das sociedades.

A gente te convida a se inspirar com este bate papo!

Trilhas positivas para os desafios femininos nos universos masculinos

Kika explica que, em seu modelo mental, quando ouve a palavra “desafio” vira automaticamente “oportunidade” e “problema” já vira “solução”. Ela entende que esse jeito deixa a vida mais leve, com mais positividade. Um olhar positivo para os desafios.

E com este olhar, ela comenta que quando entrou na Poli, há 42 anos atrás, em 1980, era um universo e um mundo muito diferente e o contexto de diversidade, equidade e inclusão distinto do que é hoje.

Segundo ela, hoje muito mais do que universos com minoria feminina, a maior parte dos universos profissionais e sociais tem a mulher como a maioria sub representada. Então, este seria o tema: a sub representatividade da mulher nos contextos sociais, profissionais e econômicos.

Atualmente, vê que os desafios estão relacionados a entender quais são as trilhas de ações afirmativas e ações concretas que de fato tem mudado e impresso uma velocidade maior na mudança desse cenário. Assim trazemos a rota da equidade que é onde você começa a nivelar as oportunidades para minimamente reconhecer que as condições de acesso são distintas e que ações corretivas são necessárias.

Exemplifica: o CREA fez um senso demográfico e, de 2010 a 2020, o número de engenheiras que se filiou ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura aumentou 80%.

Kika lembra que quando entrou na Poli, em 1980, eram somente 4 engenheiras que se uniram. Com esta informação aproveita para trazer alguns conceitos de trilhas positivas e afirmativas de soluções para vencer esses desafios:

1. A união entre as mulheres é extremamente importante. E a união de promover uma a outra é fundamental.

Kika foi Conselheira da Aladas e havia um post feito recentemente por ocasião da morte de Madeleine Albright, Ex-secretária de estado dos Estados Unidos, com uma frase atribuída a ela que dizia: “Existe um lugar no inferno reservado às mulheres que não ajudam outras mulheres”.

Kika atua fortemente nesse contexto de sororidade, de união entre as mulheres.

2. Protagonizar a busca e acesso pelas ferramentas de desenvolvimento pessoal e profissional

Ela comentou que entrou na faculdade há 42 anos atrás e se tornou Managing Diretor no Citibank depois de uma década. Os rituais e as ferramentas de desenvolvimento como o mentoring e coaching começaram muito depois. Todas essas ferramentas de abrir portas e assegurar mulheres participando de processos de promoção, de vagas disponíveis começou bem mais tarde.

Hoje ela diria, não só a união, mas ser protagonista em buscar essas ferramentas, de realmente colocar o pé na cena e protagonizar a sua voz ativa do que quer e como quer progredir dentro ou fora de uma instituição como intraempreendedora ou como empreendedora é muito necessária.

Se hoje ela estivesse numa empresa, pediria tudo, uma mentoria, identificaria quem seria seu sponsoring, aquele que de fato poderia ajudar a estar em outras cenas diferentes das que você frequenta normalmente. Se preparar de uma forma diferenciada faz parte de como vencer esses desafios.

3. Construir as opcionalidades

Kika prefere a abundância de ter o leque de opcionalidades e ter o arbítrio de fazer as escolhas. No seu entendimento, isto se faz experimentando, errando e reaprendendo.

Entende também que a nossa trajetória é o resultado das nossas escolhas. De todos os tipos que temos na vida, pessoais e profissionais. E que essas escolhas sejam as melhores para a construção das soluções para os desafios.

Comentando agora sobre os aprendizados, Kika destaca que o maior de todos os aprendizados do que ela chama de seus primeiros ciclos profissionais é “lugar de mulher é em todo e em qualquer lugar”.

E para gente poder ocupar essa plenitude de oportunidades, temos que ter muito claro qual o cardápio para vencer esses desafios, para estar disponível para essas oportunidades. Sempre bom ir em busca das referências porque que são tão necessárias para qualquer maioria sub representada. Você só se motiva, se inspira se tiver referências para se espelhar e ter o arbítrio de fazer as suas escolhas na vida.

A importância da jornada do protagonismo feminino

Cintia comenta que sim, podemos nos tornar referências para as mulheres mais jovens. Mas todas precisam se preparar para quando as oportunidades surgirem. Também ainda precisam lutar contra a pressão da carga cultural e da sociedade, apesar de perceber que as gerações mais jovens já são mais egoístas, do ponto de vista positivo, como por exemplo na divisão de tarefas com o companheiro.

Segundo Kika, são muitas décadas de toda uma evolução antropológica. Cultural, social, econômica. Se a gente olhar o quão jovem é essa trajetória do protagonismo feminino, no Brasil, com a constituição de 1932, dando direito ao voto e, em 1962, foi quando a mulher pode abrir uma conta em banco sem autorização do marido. No ano em que a Kika nasceu.

Ela dá um exemplo de ter lido recentemente o estatuto do clube que frequenta e que, foi alterado em 2017. O texto anterior mencionava que “o associado pode se tornar remido e estender esse benefício para sua esposa ou companheira”. E se a mulher for a titular do título?

Outro exemplo, em 2015, no Reino Unido, foi criado O Dia da Mulher Engenheira, pela sociedade das mulheres engenheiras. Há tão pouco tempo! Resume, são uma série de iniciativas que dão musculatura a jornada do protagonismo feminino.

Kika é mãe de meninos e acha que as mães devem dar o exemplo de como o homem deve ser educado. Ajudar a quebrar paradigmas que fizeram parte da nossa geração como por exemplo, a pressão emocional do homem que não pode chorar, que não pode fazer tarefas domésticas. Enfim, tantos vetores que devem ser revisados.

Um caminho estruturado para a nova oportunidade, mesmo que seja desconhecido

No início de 2014, com 52 anos, munida de coragem e com vontade de desbravar novidades, Kika decidiu sair do Citibank, depois de 27 anos na instituição, para trabalhar no Deutsche Bank. Sua expectativa era de um ciclo de 5 a 6 anos na nova empresa, mas a direção do banco decidiu deixar o país muito antes disso.

Kika participou da execução do processo de saída do Deutsche e após cumprir o cronograma estabelecido pelo banco que foi de aproximadamente um ano, ela estava pronta para se lançar ao novo, mas que era desconhecido naquele momento.

Como se estruturou para sua nova oportunidade:

  • Começou por fazer escolhas do que não queria – não queria mais atuar no mercado corporativo diretamente, como funcionária.
  • Analisou o cenário – naquele momento, 2017, o cenário era da Nova Economia e Startups, uma janela de oportunidades que se escancarava para o novo mundo.
  • Fez uma reflexão das suas áreas fortes, suas competências – o que poderia ter como alicerce dessa nova trilha.
  • Definiu as novas trilhas- um tripé que se retroalimenta, e que se interconecta, tendo como eixo principal a atuação como Conselheira, porque já participava de vários comitês executivos do Deutsche Bank, no Brasil e em outros países então já participava dessa dinâmica de um colegiado que delibera decisões e diretrizes estratégicas. Outra trilha como Investidora Anjo e Mentora que trariam múltiplos retornos, tanto financeiro como conhecimento.
  • Propósito – oportunidade de atuar em negócios que poderiam fazer a diferença na economia e na sociedade. “nossa responsabilidade é do tamanho dos nossos privilégios”
  • Preparação para as novas trilhas – analisou as derivadas para ter o melhor aprendizado e como atuar melhor em cada uma delas, adequando as rotas de aprendizagem. Viagens, certificações, programas de capacitação e preenchendo a agenda e entendendo que é um aprendizado contínuo, para toda vida e em múltiplos formatos.

Falando sobre etarismo e diversidade de gênero no âmbito profissional

Kika comenta que o etarismo e a diversidade geracional chega com inúmeros recortes. Primeiro pelo fato de que todas essas transformações sociais, comportamentais e tecnológicas, estão permitindo uma longevidade maior e, portanto que a gente tenha condição de ser relevante e produtivo por muito mais tempo.  E com isso vem um tema que está sendo vivenciado dentro do mercado de trabalho pela primeira vez. Várias gerações convivendo juntas num mesmo ambiente profissional.

O segundo aspecto é a questão é o da liderança e dos liderados. A liderança atual não é  imposta por uma hierarquia vertical, como a nossa geração vivenciou. Mas por aqueles que motivam e mobilizam criando um ambiente muito mais colaborativo e horizontal.

Um outro ponto é a inversão de poderes. Hoje muitos jovens empreendedores são os donos do poder. O mundo está vivendo uma mudança, principalmente para as gerações mais velhas, onde os profissionais maduros e experientes precisam entender que vão passar de ser reverência, seja pelo organograma hierárquico vertical, para ser referência. Uma letrinha que muda tudo.

As questões de etarismo, de múltiplas gerações do mercado de trabalho, têm desdobramentos plurais.

Kika reforça que da mesma forma que a questão de gênero está conectada a uma jornada antropológica, aconteceu a mesma coisa com a idade. A gente cresceu com aquela linearidade que a gente nasce, estuda, trabalha e se aposenta.

Essa linearidade não sofreu só uma ruptura, ela foi totalmente revogada. Porque com a longevidade, você não tem mais essa aposentadoria. Não tem mais esse direito. Precisa continuar ativo e é importante se sentir relevante para si próprio, para a sua família e para a sociedade.

A gente precisa cumprir os rituais e mecanismos para vencer esses vieses conscientes e esses vieses de geração com ações concretas. Por isso hoje há tantas socialtechs, como a Estilo 5.0+ para entender os diferentes recortes. Seja para mulheres, somente para idade e cada recorte tem uma pluralidade de eixos muito grandes.

Resumo: abra a sua mochila de aprendizados e experiências, retire paradigmas e conceitos desatualizados e coloque novos elementos para rejuvenescer, atualizar e buscar a versão cada vez mais melhor de si mesma.

A sororidade no empreendedorismo feminino

Kika explica que o empreendedorismo feminino nunca foi tão pujante. Segundo ela são cerca de 25 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil. As mulheres foram muito mais afetadas em termos de empregabilidade durante a pandemia no Brasil.

Esse universo de empreendedoras vai continuar a crescer. Seja por razões econômicas, ou por revisão interna pessoal do que quer para sua própria vida, “não quero mais trabalhar num ambiente onde tenha esses controles e entregas, quero ter mais flexibilidade”, mas o vetor da necessidade é relevante.

Quais forem os vetores temos essa amplificação do empreendedorismo feminino. E permite o vínculo com todos os outros recortes: vulnerabilidade social, idade, cultura, opção afetiva e temos visto cada dia mais negócios surgindo.  Como a Silver Economy – Economia Prateada, onde a Estilo 5.0+ atua.

A ONU publicou que em 2030 o Brasil terá a maior parte da população com pessoas acima dos 60 anos. E os desafios de toda a economia e sociedade para lidar com essa questão.

Com o crescimento do empreendedorismo feminino importante que haja uma rede de fomento aos novos negócios que estão nascendo como apoio a essas mulheres.

Kika está convicta, por ter acesso aos dados, que o contingente feminino das empreendedoras mulheres tem temáticas específicas a serem vencidas que remete a questão das ferramentas de equidade reconhecidos em temas específicos das empreendedoras. Como os investidores de venture capital têm vieses ao ouvir pitches (apresentação de 3 a 5 minutos sobre um negócio p conseguir investimentos) de palestrantes mulheres.

Como as próprias mulheres ao se apresentarem têm vieses inconscientes na sua fala e posicionamento que precisam ser alertadas para que elas se prepararem melhor para o pitch como protagonistas e não para se defenderem de culpas ou da síndrome da impostora.

Muita coisa a ser feita olhando o universo do empreendedorismo feminino.

Os agentes precisam ter essa consciência e se unirem para promoverem o avanço real desse recorte que acaba sendo de uma minoria, mas que equivale a uma maioria sub representada.

É mínima a participação de mulheres como investidoras Anjo, Conselhos de empresas e na alta direção de empresas.

E uma vez, falando de vieses inscientes, Kika assistiu a uma palestra da Vicky Bloch, psicóloga e consultora renomada no meio corporativo, sobre mulheres investidoras: “é só olhar a origem da sociedade. O papel da mulher sempre foi de acolhimento e protegendo o núcleo familiar. Como você quer que ela seja investidora? São necessárias ferramentas para destruir barreiras construídas ao longo dos anos.

Reflexão interna é fundamental para fazer suas escolhas

As jornadas profissionais e pessoais são conectadas, segundo Kika. Em cada uma das trilhas que ela escolheu, ela foi descontruindo algumas coisas para dar espaços a outros elementos necessários para a reconstrução da nova Kika.

Trazendo essa reflexão, lembra de uma fala recente de Amy Webb, palestrante de Futurismo com a proposta de “re-olhar” re-percepction” se re-perceber.  “Ser futurista não é sobre prever o futuro, mas se preparar olhando todos os vetores para reconstruir sua rota.”

Para isto, antes de olhar a empresa, você precisa olhar a si mesma. É importante fazer esta jornada de reflexão interna para fazer as suas escolhas.

Kika comenta sobre um artigo que ela escreveu comparando a pessoa a uma equação matemática para estas escolhas. O que vai subtrair, adicionar e dividir (compartilhar) e multiplicar.  Que trilhas, que pessoas você quer ter perto de você? E que tipos de ser humano não quer ter mais perto de si?

Humildade, outro aprendizado. Agora não tenho mais @ de nada. Agora é @gmail. Como será uma referência nas novas trilhas. A humildade passa a ter um espaço muito grande na vida.

Nômade digital. Ora trabalha em casa, em São Paulo, ora na praia, ou no interior. E precisa ter o melhor wifi para estar conectada o tempo todo.

Kika se considera uma perennial, é da geração baby boomer, nascida em 1962, mas com uma vitalidade e um modelo mental extremamente jovem.

Kika recomenda que a gente precisa estar com o radar muito ligado cada vez mais para re-olhar as ações concretas e afirmativas que irão construir esse futuro diferente, mais igualitário, melhor com mais acesso para todo mundo.

Dicas para as Mulheres 50+ que querem seguir uma nova trilha profissional

Kika comenta sobre o programa de 6 meses que fez com uma empresa especializada em gestão de carreira e transição. Na ocasião, a orientadora lhe disse: agora que você decidiu que quer ser Conselheira, você tem que “pôr o pé na cena”.

Falando dessa trilha de relevância profissional, socioeconômica, há uma abundância de conteúdo e plataformas de compartilhamento de conteúdo e experiências para você se manter atualizada e chegar até você sobre esse futuro. O horizonte do futuro se expandiu. O que chegava em 10 anos, agora chega em 3 anos. A maior parte do que consumimos hoje, foi produzido há 2 anos.

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Contato da Kika:

https://linkedin.com/in/kikaricciardi

Assista o bate papo integral da Fundadora da Estilo 5.0+, Cintia Yamamoto, com Kika Ricciardi. 

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Um abraço! Time Estilo 5.0+

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