Desafios profissionais para as Mulheres 50+ com Morris Litvak

Desafios profissionais para as mulheres 50mais

A revolução da longevidade está mudando quase tudo na maneira como as pessoas vivem e também tem provocado muitas mudanças na vida profissional das Mulheres 50+.

Para abordar este assunto tão importante, Cintia Yamamoto, fundadora da Estilo 5.0+  convidou Morris Litvak, fundador da Maturi,  seu convidado especial para um bate papo sobre sua visão sobre Os desafios profissionais para as Mulheres 50+ no Brasil.

Vamos conhecer esse jovem empreendedor e idealista que acreditou e continua acreditando em nós, maduros.

Mórris Litvak é CEO e Fundador da Maturi (ex MaturiJobs), plataforma, que reúne oportunidades de trabalho, desenvolvimento pessoal, capacitação profissional, empreendedorismo e networking, com o objetivo de conectar profissionais acima de 50 anos e experientes em busca de atividade e ocupação entre si e com empresas. Hoje conta com mais de 180 mil profissionais cadastrados no Brasil.

Morris é formado em Engenharia de Software com Pós-graduação em Gestão de Inovação Social pela Amani Institute e Extensão em Empreendedorismo e Inovação pela Universidade de Tel Aviv. Palestrante e especialista no Mercado da Longevidade

Cintia, nossa fundadora, faz questão de destacar e agradecer ao Morris pela inspiração com a experiência e aprendizado como Conselheira Voluntária no início da Maturi, para a criação da Estilo 5.0+.

O mercado de trabalho para as pessoas 50+ no Brasil

Morris comenta que continua bem desafiador. A Maturi nasceu há 8 anos atrás pela dificuldade de pessoas com mais de 50 anos continuarem trabalhando. Ele entende que não ficou mais fácil agora, também em função de crises, com pandemia, etc. Segundo o CAGED, os profissionais 50+ foram o que mais perderam espaço no mercado de trabalho nesses últimos anos.

Por outro lado, as empresas estão olhando mais para essa questão do que no passado. Temas como diversidade etária, integração geracional, integração dos 50+, que já começam a fazer parte da pauta em algumas grandes empresas, uma tendência que ainda vai crescer bastante. Mas que Morris considera um movimento ainda incipiente. O mercado continua desafiador, mesmo para os jovens está difícil.

Acompanhando e entendendo estas dificuldades, a Maturi tem esse desafio diário de falar com as empresas sobre o tema, mas também traz alternativas para os profissionais 50+ ou os Maturis, como a Maturi chama estes profissionais, falando sobre trabalho autônomo, consultoria e empreendedorismo já que o emprego formal está muito difícil pelo preconceito etário, pelo momento econômico e político instável que a gente está vivendo e juntando com a pandemia. Mas também pela dinâmica de trabalho que está mudando. Das pessoas trabalharem mais por conta própria e por projetos. É o movimento de reinvenção mesmo, destaca Morris.

Etarismo feminino, um desafio adicional para as Mulheres 50+

O etarismo ou preconceito etário é mais cruel para as mulheres, explica Morris Litvak e continua, o preconceito começa mais cedo e ele é mais forte porque na nossa cultura latina ainda tem uma coisa muito forte de imagem e de estética. A gente vê, na sociedade como um todo e nas campanhas de mídia, a valorização dos jovens e o envelhecimento muitas vezes como um coisa ruim.

Morris traz vários exemplos como o de empresas que falam sobre produtos de antienvelhecimento. Pessoas que tratam o envelhecimento como se fosse uma doença.

Outro exemplo onde um homem grisalho, geralmente é considerado bonito e charmoso. E a mulher, de cabelo branco, muitas vezes é criticada, tem que seguir padrões para se vestir de uma certa forma dependendo da idade. E aí começam a aparecer as rugas, que é muito natural, porque a gente envelhece, mas a mulher pode ser considerada descuidada e que não está mais apta para determinada função ou cargo.

Isso é muito cruel, parece que a gente está parado no tempo. No Brasil, o envelhecimento é um fenômeno novo, que está acontecendo de maneira muito acelerada e que a gente não está preparado, culturalmente e com relação a educação. Diferente de países europeus que passaram por esse processo de envelhecimento há mais tempo e de forma mais lenta. Aqui a mulher a partir dos 40 anos já sente o peso do etarismo. Para os homens o etarismo chega mais tarde. É algo que a gente precisa refletir e tirar do automático para mudar, reforça Morris.

A falta de acolhimento das Mulheres 50+ nas empresas

Morris avalia que as empresas ainda não estão preparadas e não estão se preparando para este movimento de acolhimento para as Mulheres 50+ nas empresas, mas já estão pensando sobre isso porque será um tema estratégico em algum momento porque terão cada vez mais colaboradores mais velhos com a mudança da pirâmide etária no Brasil.

E para as mulheres, além da questão da menopausa, também muitas da geração sanduíche, que são as pessoas na fase dos 50 anos, que têm filhos adolescentes e pais mais idosos que necessitam de ajuda. E o cuidado e as responsabilidades recaem normalmente mais sobre a mulher.

Nestes casos, a mulher sofre mais para se manter no mercado de trabalho porque ela é a cuidadora, destaca Morris, e as empresas ainda não veem os benefícios para ajudar neste cenário. Por exemplo, um plano de saúde que contemple os pais para que ela possa continuar se dedicando ao trabalho, plano de carreira e outros benefícios são questões que estão começando a ser debatidas e que talvez, num futuro, tragam mudanças para ajudar nessas situações.

A importância da preparação dos 50+ para a mudança do mercado de trabalho

A gente entendendo que vai viver muito, tem a responsabilidade de se preparar para isso, afirma Morris. Ele costuma brincar quando conta a história da Maturi, que foi inspirada pela história da sua avó que trabalhou até os 82 anos e viveu até os 91 anos. Quando ela nasceu nos anos 20, a expectativa de vida era até os 40 anos. Ninguém contou para ela que iria viver tanto. Ela não se preparou para isso. E quando ela parou de trabalhar a saúde foi ladeira abaixo, mas hoje já sabemos que vamos viver muito portanto temos a responsabilidade de nos preparar para isso.

Cuidar da saúde, alimentação e exercício físico são fundamentais, mas há outros pilares para um envelhecimento ativo e com qualidade de vida que passam pelos relacionamentos e a questão profissional. Ter eventualmente um plano B quando sair do mundo corporativo, a atualização constante com o lifelong learning e a tecnologia revolucionando tudo.

Morris reflete que a não sabemos no que vamos estar trabalhando daqui a 10 anos, mas temos a certeza de que vai ser tudo diferente do que é hoje.  Ninguém imaginava que com a pandemia as coisas iam mudar tanto. Mas a pandemia só acelerou o que já vinha acontecendo e as mudanças vão continuar acontecendo de forma acelerada.

Nesse cenário, a pessoa madura tem a obrigação de ter curiosidade pelas novidades e a humildade para aprender coisas novas. Inclusive com os jovens. Fazer networking, fazer cursos, abraçar a tecnologia e vê-la como uma aliada e não como ameaça. Estar aberto ao novo, recomenda Morris. Mesmo que a pessoa esteja num trabalho bom. Ela nunca sabe o dia de amanhã. A empresa pode ser vendida. Ninguém tem esse controle. E nem deve ter o preconceito com “empreender não é para mim”. Há várias formas de empreender que são bem diferentes.  Principalmente como Empreendedor Individual. Diferente de abrir uma loja ou franquia. Ter essa abertura, curiosidade, pesquisar, saber as novidades.

Não é só importante; é fundamental e uma obrigação, finaliza.

Falando sobre o empreendedorismo das Mulheres 50+

Morris entende que o empreendedorismo feminino tem crescido nos últimos anos. Muitas vezes por necessidade, mas nem só. A mulher madura em geral sai atrás do sonho, do que ela gosta e se identifica mais. Ele tem visto cada vez mais mulheres que querem tirar o sonho do papel.

Por outro lado, tem esse lado mais ambicioso, quando se fala de startup, tecnologia, de algo grande. Isso é mais comum entre os homens e os jovens. Homens têm mais essa visão de criar algo maior, mais ambicioso. Mulheres optam por coisas mais caseiras, ou manuais, menores, trabalhar individualmente, ou com uma sócia. São coisas legais, mas sem ambição. Talvez em função do machismo cultural muito forte que vivemos por aqui. Mas é uma coisa que precisa mudar.

Morris comenta, que a Maturi montou recentemente um Programa com o Sebrae, o Silver Startup Lab, programa de aceleração para startups de pessoas com mais de 50 anos. No evento de lançamento levaram duas empreendedoras que utilizam tecnologia nos seus negócios. Uma delas, de alimentação e criou um e-commerce para vender comida congelada. E outra com mais de 60 anos com uma sócia, começou com um negócio completamente digital, uma plataforma para fazer “match” para pessoas morarem juntas, mas são exceções. São exemplos bons para se inspirar, mas precisamos mudar essa mentalidade e ter mais mulheres nessas iniciativas.

Sugestões do Morris para as mulheres quebrarem essas barreiras e investirem em projetos mais ambiciosos:

  • O autoconhecimento é muito importante para entendermos quais são as nossas barreiras, afinal a questão cultural é uma coisa que não muda de uma hora para outra. O que a gente gosta, o que a gente quer fazer.
  • Entender que a tecnologia permite a criação de algo grande, ajuda a escalar um negócio e a ter mais abrangência e que não é coisa só de homem.
  • Conhecer cases legais que podem inspirar mulheres a pensar grande
  • Juntar essa força de mulheres como vem acontecendo com as jovens, que se unem e se ajudam mutuamente. Mudar o Mindset de competição das mulheres. Aplicar a Sororidade: palavra criada para explicar a aliança entre as mulheres, baseada na empatia e no companheirismo, em busca de alcançarem objetivos em comum.
  • Procurar apoio em organizações que podem ajudar as mulheres a se tornarem empreendedoras. Dois exemplos: RME-Rede Mulher Empreendedora, cuja fundadora Ana Fontes, e o Grupo Mulheres do Brasil, criada em 2013 por 40 mulheres de diferentes segmentos com o intuito de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país. É presidida pela empresária Luiza Helena Trajano e tem mais de 98 mil participantes no Brasil e no exterior.

E claro, saiba mais sobre a Maturi! Se cadastre no site, participe dos cursos e eventos e faça parte da Comunidade.

Assista a entrevista com Morris Litvak  na íntegra. Acesse:

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Time Estilo 5.0+

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