A Síndrome do coração partido, cardiomiopatia de Takotsubo ou, ainda, cardiomiopatia induzida por estresse são os nomes pelos quais é conhecida uma doença do músculo cardíaco cuja principal característica é a disfunção súbita, mas transitória, do ventrículo esquerdo.
A Síndrome do coração partido tem a ver com a sobrecarga de stress no coração que promove a descarga de hormônios de estresse, especialmente da adrenalina, na corrente sanguínea.
Situações de estresse agudo emocional ou físico, como por exemplo a morte de uma pessoa querida, a perda do emprego, o rompimento de um relacionamento afetivo, assistir a vitória do seu time e mais recentemente, a Covid 19, que fez a incidência da Síndrome aumentar de 1,5 a 1,8% para quase 8%, um índice quatro vezes maior, segundo pesquisa liderada por médicos da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos.
Origem do nome: Coração partido. Síndrome de Takotsubo
Em 1990, médicos japoneses identificaram as características da cardiomiopatia induzida por estresse e estabeleceram uma analogia entre a imagem do coração partido e a de uma armadilha em forma de vaso de fundo arredondado e pescoço estreito, utilizada para capturar polvos no Japão. Daí o termo Takotsubo – tako = polvo e tsubo = vaso, pote, pelo qual a doença também é conhecida.
Normalmente, a Síndrome dura de 7 a 30 dias e são raros os casos de morte.
As mulheres acima dos 50 anos representam 90% dos casos
As pessoas mais suscetíveis a essa síndrome são mulheres com mais de 50-60 anos, que já estejam no período da pós-menopausa, apesar da Síndrome poder afetar pessoas de qualquer idade.
De acordo com o estudo publicado na Revista Portuguesa de Cardiologia, cerca de 90% dos casos relatados têm esse perfil e estima-se que isso esteja ligado à queda da produção de estrogênio que protege a camada interna dos vasos sanguíneos.
Idosos e portadores de problemas neurológicos ou psiquiátricos também fazem parte do grupo de risco.
“Muitos pensam que é o câncer de mama que mata mais mulheres no Brasil, mas são as doenças cardiovasculares responsáveis por uma em cada três mortes” (Cardiologista Evandro Tinoco, da Universidade Federal Fluminense mencionando dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para chegar ao diagnóstico, é preciso fazer exames específicos, como a ecocardiografia, que mostra a principal característica da doença, um arredondamento do ventrículo esquerdo que provoca falhas no bombeamento do sangue no organismo.
Sintomas e Prevenção
Os sintomas da síndrome do coração partido são muito semelhantes aos do infarto agudo do miocárdio como Dor no peito, Falta de ar, Cansaço extremo, Sudorese abundante, Angina, Arritmia, Desmaios e Hipotensão.
A boa notícia é que, geralmente, esses sintomas desaparecem sem a necessidade de tratamento, mesmo assim é importante procurar o médico no caso de sentir qualquer desses sintomas.
Segundo matéria da UOL sobre a Síndrome do coração partido, ainda não existe nenhuma forma de prevenção, mas é importante evitar situações que possam gerar crises de stress e recomenda a prática regular de exercícios físicos.
Segundo matéria publicada pelo HCor (Hospital do Coração), “exercícios físicos como a corrida, ou uma simples caminhada têm efeito benéfico e muito positivo para combater o estresse emocional e físico”.
O HCor alerta também sobre importância dos esportes no combate à síndrome do coração partido, uma vez que representam a oportunidade de desenvolver a sociabilidade e reduzir o isolamento social como forma de controlar as emoções envolvidas nas doenças do coração.
“Mulheres estão acostumadas a prevenir doenças femininas, fazem Papanicolau, ecografia e mamografia, mas esquecem de ir no cardiologista. Infarto não é doença só de homem, é de mulher também”, afirma a cardiologista Walkiria Samuel Ávila.
Tratamento e prognóstico
Segundo artigo publicado no portal do Hospital Albert Einstein, o tratamento é medicamentoso.
A síndrome do coração partido é um problema transitório. É normal que o músculo volte ao seu estado original após um certo tempo.
Até lá, você poderá tomar remédios para diminuir o estresse nesse músculo, permitindo que ele relaxe e o sangue consiga passar com mais tranquilidade. Medicações para dor e para o emocional também podem fazer parte da terapia.
Lembrando que alguns casos podem exigir hospitalização do paciente para o seu monitoramento frequente.
Isso é mais comum entre aqueles que já têm algum tipo de disfunção cardíaca ou estão lidando com problemas concomitantes, inclusive os de origem psicológica.
Não atribua exclusivamente ao estresse ou às condições adversas que atravessa no momento, sintomas como dor no peito, falta de ar, cansaço extremo e batimentos cardíacos irregulares. Procure atendimento médico sem perda de tempo para avaliar as condições cardiovasculares e receber o tratamento indicado, se necessário.
Há um velho ditado que nos diz que “ninguém morre de coração partido”. Depende. Se você tiver uma síndrome de Takotsubo e tratar rapidamente, estará vivo para confirmar o ditado!
Vamos cuidar da nossa saúde, praticar exercícios, evitar o estresse e levar uma vida equilibrada. Afinal, merecemos uma longevidade plena e saudável!
Se quiser saber mais, assista o vídeo abaixo:
Síndrome do coração partido? Cardiomiopatia de Takotsubo- 05:27
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Um abraço!
Time Estilo 5.0+
Fontes:
https://vidasaudavel.einstein.br/sindrome-do-coracao-partido/
https://unicardio.com.br/artigos/dor-no-coracao-conheca-a-sindrome-do-coracao-partido/
Revista Claudia – outubro 2021 – Dor de Coração
