Alzheimer afeta mais mulheres que homens? Saiba mais

Alzheimer afeta mais mulheres que homens

A doença de Alzheimer acomete duas vezes mais mulheres do que homens – um fenômeno que a medicina ainda não sabe ao certo explicar.

À medida que envelhecemos, é natural nos preocuparmos com nossa saúde e bem-estar.

Especialmente para as mulheres maduras, a questão do Alzheimer muitas vezes surge como uma preocupação significativa.

Estudos mostram que as mulheres têm realmente uma maior prevalência de Alzheimer em comparação com os homens, e entender porque isso acontece pode ajudar a orientar estratégias de prevenção e cuidado.

Matéria da Revista Claudia

Matéria publicada na Revista Claudia em janeiro/2024 trouxe esse assunto à tona:

“O Alzheimer tem uma característica própria, que pouca gente conhece: ele afeta muito mais mulheres. Estima-se que seja quase duas vezes mais frequente nelas do que nos homens — ou seja: a cada três pessoas diagnosticadas, duas serão mulheres. Apesar de comum, a doença ainda é pouco discutida no universo feminino”.

Matéria da Revista Veja

Em janeiro/2025, um outro artigo publicado na Revista Veja retomou o tema: “Alzheimer: mulheres são mais afetadas e pesquisa brasileira pode ajudar a entender o porquê”.

“Hoje, mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com Alzheimer, mas essa doença não afeta a população de maneira homogênea: mulheres são quase duas vezes mais acometidas que os homens. Mas por quê? até agora isso era um mistério, mas uma pesquisa desenvolvida no Brasil em parceria com pesquisadores americanos jogou luz sobre esse fenômeno”

A resposta pode estar na carnitina: uma molécula que possui uma estrutura semelhante à das vitaminas.

“O que nós descobrimos foi que os níveis dessa molécula estão reduzidos no sangue de mulheres com comprometimento cognitivo, especialmente, naquelas com doença de Alzheimer diz Mychael Lourenço, líder do estudo e professor do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “O mesmo não foi visto em homens.”

“Os pesquisadores investigaram 125 participantes do Rio de Janeiro e da Califórnia e o que eles viram foi que, quanto maior era o comprometimento cognitivo, menores eram os níveis de carnitina no sangue – e isso foi observado nos dois grupos, o que sugere que essa é uma correlação robusta, não relacionada a particularidades da população brasileira. Os resultados da pesquisa financiada pelo Instituto Serapilheira foram publicados na revista Molecular Psychiatry, do grupo Nature”.

O que a carnitina tem a ver com a função cerebral?

“A carnitina é uma molécula muito relacionada ao metabolismo de gordura, mas pesquisas conduzidas por Carla Nasca, coautora do estudo e cientista da Universidade de Nova Iorque, mostraram que derivados dela têm um importante papel regulatório”.

“Apesar de animador, esse é apenas um estudo inicial e, nos próximos anos, pesquisadores tentarão investigar com mais detalhes o mecanismo que conecta a carnitina à saúde cognitiva nas mulheres. “Por enquanto, ainda não é possível dizer, por exemplo, que suplementação com carnitina poderia ter qualquer benefício para os pacientes”, diz Diogo Haddad, chefe do Centro Especializado em Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/saude/alzheimer-mulheres-sao-mais-afetadas-e-pesquisa-brasileira-pode-ajudar-a-entender-o-porque

Alguns fatores que contribuem para a disparidade de gênero do Alzheimer acometer mais mulheres do que homens

  • Em primeiro lugar, a expectativa de vida das mulheres é geralmente mais longa, o que significa que estão mais suscetíveis aos efeitos do envelhecimento, como é o caso do Após os 65 anos de idade, segundo a Dra. Jerusa Smid, Neurologista do Einstein, as pessoas têm mais chance de contrair a doença.
  • Além disso, as mulheres passam por mudanças hormonais significativas ao longo da vida, como a menopausa, que podem influenciar a saúde cerebral.
  • A genética também pode desempenhar um papel na doença, mas a Dra. Jerusa Smid afirma que somente cerca de 1% a 3% dos casos de Alzheimer são causados por herança genética.
  • Outro aspecto a considerar é o impacto do estresse crônico e da saúde mental na saúde cerebral.
  • As mulheres muitas vezes enfrentam múltiplas demandas, como cuidar da família, da carreira e de outros compromissos, o que pode levar a altos níveis de estresse.

O estresse crônico tem sido associado a um maior risco de desenvolver Alzheimer, destacando a importância do autocuidado e da busca de apoio emocional e médico.

Importante destacar que a maior parte dos cuidadores de pessoas que têm Alzheimer são justamente mulheres. “Elas não são apenas a maioria das pacientes, são a maioria dos cuidadores. E entre cuidadoras, cerca de dois terços desenvolvem algum transtorno de saúde mental por causa da sobrecarga de trabalho e o estresse”, afirmou o Dr Schultz. E quem vai cuidar delas?

“Foi angustiante vê-la sumir”

Depoimento recente e emocionante do escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro Ainda Estou Aqui, justifica a sua decisão em escrever o livro:

“Como escritor, tenho o hábito de revisitar o passado. Por toda a história de meu pai, Rubens, sequestrado e assassinado na ditadura militar, vejo a memória como um bem precioso. Minha mãe, Eunice (1932-2018), era sua zelosa guardiã. Imagine o baque que foi saber, duas décadas atrás, que ela sofria de Alzheimer, aos 72 anos. Além da dor diante de uma doença perversa, temi que suas descobertas sobre a tirania do AI-5, obtidas a duras penas, pouco a pouco se apagassem. Foi para garantir que isso nunca acontecesse que escrevi um livro sobre sua vida, Ainda Estou Aqui. Até hoje, acho que ela teria feito melhor porque era uma excelente narradora”, contemporiza Marcelo Rubens Paiva.

Pontos de atenção e cuidados do Alzheimer

No início, não nos lembramos do nome de uma amiga querida, ou o que fomos fazer no supermercado. E voltamos a repetir as mesmas histórias para os amigos e contamos do mesmo jeito.

Fazer confusão com nomes, datas e atividades é inevitável, acontece com todo mundo. Mas apresentar esses sintomas repetidamente, de forma que atrapalhe a independência na rotina, pode ser um sinal de alerta para a saúde mental.

A perda da memória costuma ser o sintoma inicial ou o mais perceptível do Alzheimer, que normalmente faz com que a pessoa procure ajuda médica, mas existem sintomas atípicos que merecem atenção como dificuldades visuais e de linguagem que podem caracterizar a doença, explica a Dra. Jerusa Smid.

Outro ponto importante é a construção de reserva cognitiva, quanto maior a reserva cognitiva, mais o cérebro suportaria as lesões causadas pelo Alzheimer e uma das maneiras mais importantes de criarmos reserva cognitiva é estudando.

Muitas mulheres acabam em ocupações que não exigem qualificação e são menos desafiadoras como a de dona de casa, por exemplo, atividade cognitivamente pouco estimulante, segundo a médica geriatra Claudia Suemoto em entrevista para a revista.

A boa notícia é que a Dra. Jerusa Smid explica que é possível diagnosticar a doença de Alzheimer de forma precoce através de testes em consultórios e rastreios utilizando exames de sangue, imagem e, se necessário, outros mais sofisticados.

Hoje existem medicamentos que podem tratar os sintomas da doença. Tanto para os sintomas cognitivos com o objetivo de retardar a evolução da doença, como para os sintomas comportamentais que normalmente aparecem associados a doença como por exemplo depressão, ansiedade e apatia.

Fatores protetores da doença de Alzheimer recomendados por especialistas:

  • Aprendizado constante: já está muito bem estabelecido entre os profissionais que a educação é um importante fator protetor para demências, portanto, aprender coisas novas é uma boa maneira de prevenir o desenvolvimento dessas condições.
  • Participação social: a solidão se mostrou um fator importante para o declínio cognitivo, então estar envolvido em grupos sociais também pode ser um fator protetivo importante
  • Cuidado com doenças crônicas: as doenças metabólicas como diabetes, hipertensão e obesidade estão muito relacionadas a demências, então preveni-las é uma forma relevante de evitar doenças neurodegenerativas.
  • Saúde auditiva e visual: pesquisas recentes mostram que a perda da audição e da visão podem ser um fator de risco para demências
  • Estilo de vida saudável: fatores como alimentação e exercícios físicos são essenciais para manter um bom funcionamento do organismo e para evitar grande parte dos outros fatores de risco relacionados ao Alzheimer

É importante manter a mente ativa e engajada. Desafiar o cérebro com atividades cognitivamente estimulantes, como estudar e aprender novas atividades que podem ajudar a fortalecer as conexões neurais e reduzir o risco de declínio cognitivo.

Promova a saúde cerebral e o bem-estar. Priorize o autocuidado, mantenha um estilo de vida saudável e busque apoio emocional e médico sempre que necessário.

São passos importantes na jornada do envelhecimento saudável.

Assista alguns vídeos que pesquisamos para você sobre Alzheimer:

Mito ou verdade: Doença de Alzheimer faz parte do envelhecimento? | Educação em Saúde Einstein – 4:25 

Pesquisa mostra por que mulheres têm mais chances de Alzheimer | Jornal da Band- 01:37

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Fontes:

https://veja.abril.com.br/saude/alzheimer-mulheres-sao-mais-afetadas-e-pesquisa-brasileira-pode-ajudar-a-entender-o-porque

https://claudia.abril.com.br/saude/alzheimer-afeta-mais-mulheres-que-homens-entenda

https://jornal.usp.br/atualidades/pesquisa-americana-mostra-que-o-alzheimer-e-mais-recorrente-em-mulheres/

https://veja.abril.com.br/saude/foi-angustiante-ve-la-sumir-diz-marcelo-rubens-paiva-sobre-a-mae/

 

Cintia Yamamoto Ruggiero

Sou apaixonada pelo tema Longevidade, curiosa e inquieta! Quero participar ativamente da revolução da longevidade e colocar o aprendizado profissional de mais de 30 anos e a experiência nas áreas de Negócios e Marketing para trazer conteúdos, produtos e serviços para as Mulheres 50+, conectadas, curiosas e interessadas!