Solidão, um dos medos da maturidade. Dá para evitar?

Solidão - um dos medos da maturidade

A solidão na maturidade é um sentimento que tem se tornado mais presente com o aumento da longevidade e pode se tornar recorrente na vida das mulheres maduras; elas têm uma expectativa de vida maior do que os homens e isso pode ocorrer com maior frequência, especialmente após as grandes mudanças na vida como a aposentadoria, a saída dos filhos ou a perda do cônjuge.

“O jeito bom de fazer a prevenção da solidão no envelhecimento é termos amigos mais novos e mais velhos, contato com familiares, termos atividade, não ficar numa posição passiva achando que está velho e não tem vontade. Não pode se afastar dos amigos e familiares porque são eles que nos mantem ativos. A solidão aumenta o risco de muitas doenças como por exemplo ataque cardíaco, AVC e demências que vão comprometendo nossa memória.”, alerta o médico Dr. Drauzio Varella.

Em suas palestras, o médico e gerontólogo Dr. Alexandre Kalache aponta quatro capitais fundamentais para envelhecer bem: saúde, conhecimento, capital financeiro e o social.

O “capital social” é um fundamento importante a ser levado em conta para envelhecer bem e evitar a solidão. Manter relações harmoniosas com as pessoas. Família, amigos e a sociedade.

“Hoje, vemos famílias fragmentadas, muita violência, muita desagregação, o que é complicado pelo efeito nem sempre benéfico da modernidade”, aponta o Dr. Kalache.

Buscar manter relações saudáveis com as pessoas, dedicar-se à família e aos amigos, conviver bem e manter um equilíbrio emocional são investimentos fundamentais para o nosso capital social na maturidade.

O uso da tecnologia e das redes sociais podem ser grandes aliados ou no isolamento das pessoas. É importante aprender a usar para benefício do capital social.

Solidão, o mal do século para os maduros?

natural, mas que pode ser enfrentado com estratégias positivas.

1. Rossandro Klinjey, escritor, palestrante e psicólogo clínico faz algumas considerações importantes sobre a solidão e o momento atual que vivemos no mundo, com as redes sociais e a economia da solidão. Confira:

  • A solidão é extremamente assustadora: Em pesquisa realizada na Inglaterra, 42% das mulheres da geração millennial têm mais medo da solidão do que de um diagnóstico de câncer. A pandemia mostrou a falta que faz o contato humano. Há pessoas que precisam de mais contatos sociais e outras de menos. As conexões a gente constrói ao longo da vida.
  • Suporte social insuficiente: Está cada vez mais raro ter um grupo de pessoas à disposição que garanta um suporte para não se sentir sozinho. Atualmente há poucas interações sociais significativas. As pessoas acham que conhecem muita gente porque falam com muitas pessoas nas redes sociais. Mas aquelas que estão presentes em sua vida, fazendo com ela seja melhor, que desenvolvem intimidade, cuidam, levam no médico, dão atenção e carinho são muito poucas. A pessoa pode estar cercada de gente, mas de relações superficiais. E vai se sentir só.
    Estamos vivendo hoje uma realidade de muitos lares de uma pessoa só e taxas imensas de pessoas solitárias no mundo todo. Parece ser uma epidemia, a solidão alcança índices epidêmicos.
  • Economia da solidão: um conjunto de serviços oferecem produtos para pessoas que vivem só. Seja no supermercado, com porções individuais de alimentos, moradia com apartamentos minúsculos ou todo tipo de suporte eletrônico, como robôs e eletrodomésticos de última geração.
  • O Náufrago solitário e Wilson, seu amigo inseparável: Em sua palestra sobre “Por que tememos a solidão? ”, o Professor Rossandro comenta sobre o filme O Náufrago, onde o personagem principal interpretado por Tom Hanks, sozinho numa ilha, encontra uma bola de vôlei que “batiza” de Wilson, com quem conversa o tempo todo e se sente menos solitário. O desespero chega quando a bola Wilson cai na água e Tom Hanks não consegue resgatá-la.
    O ser humano solitário se apega a qualquer objeto ou ser para onde possa transferir o seu amor.
    A economia da solidão trouxe com ela a explosão dos pets; onde colocar o nosso amor. Os pets nos fazem sentir o valor real da vida, a alegria de receber um carinho, a disposição para o afeto e a valorização das coisas simples da vida.

2. O Século da solidão: No livro, O século da solidão, de Noreena Hertz, a escritora nos fala não apenas sobre a dor emocional que chamamos de solidão, mas principalmente sobre a fragmentação da comunidade.

Noreena Hertz combina uma década de pesquisa com reportagens que demonstram como a solidão, remodelada pela globalização, pela urbanização, pelas crescentes desigualdades e disparidades de poder, pela revolução tecnológica e mais recentemente pelo coronavírus, prejudica nossa saúde, nossa qualidade de vida e nossa felicidade, ameaçando até mesmo a democracia.

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 3. Mudanças cognitivas importantes no envelhecimento

Quando envelhecemos há mudanças cognitivas importantes no processamento de informações, na atenção e na memória. Muitas vezes causadas pela solidão ou inatividade.  Há também o medo da morte e insegurança que podem trazer insônia, perda de apetite e falta de iniciativa para começar algo novo e até de se cuidar.

Mas, através do autoconhecimento e do acesso à informação, o idoso pode identificar a necessidade de ajuda médica, psicológica e de uma rede de apoio: amigos, familiares e até colegas em uma nova atividade, que são essenciais para a qualidade de vida e para ter um envelhecimento saudável.

Dicas para investir no seu Capital Social e evitar a solidão na maturidade

Pesquisamos algumas dicas para enxotar a solidão e desenvolver relações mais harmoniosas:

  1. Cuide da sua saúde física e mental – priorize a saúde física e mental, mantendo uma dieta equilibrada, praticando exercícios regularmente, realizando atividades relaxantes e exames de saúde preventivos.
  2. Autoconhecimento e aceitação – valorize suas experiências de vida, para viver plenamente e com confiança em si mesma. Celebre o passado, mas viva o aqui e agora.
  3. Pratique atividade física – escolha uma atividade que goste e prefira as que podem ser desenvolvidas em grupo. Além de promover a a sua saúde e bem-estar, quando praticado em grupo, possibilita conhecer pessoas e desenvolver as relações sociais.
  4. Aprendizado contínuo – esteja aberta a aprender coisas novas, seja através de cursos de seu interesse, novos hobbies, palestras ou leitura, para se divertir, estimular sua criatividade e manter sua mente ativa e estimulada.
  5. Voluntariado: Considere se envolver em atividades voluntárias, contribuindo para causas que são importantes para você e fazendo a diferença na comunidade. Faz bem para você para quem recebe o seu carinho.
  6. Passeios e Viagens – desde uma visita ao museu até viagens curtas para lugares próximos ou mais longas para destinos que despertem sua curiosidade e ofereçam novas experiências, de acordo com a sua possibilidade. Seja sozinha, com o companheiro, amigos ou em grupos de viagem.
  7. Promova encontros com familiares ou com amigos – crie oportunidades para estes encontros que podem ser na sua casa, num café, restaurante. Se for na sua casa, cada um pode levar um prato.
  8. Veja e seja vista – ligar para um amigo ou familiar, sair de casa
  9. Avalie a adoção de um animal de estimação – pode ser transformador e maravilhoso, mas também vai exigir dedicação, responsabilidade e orçamento.

Saiba mais sobre esse tema acessando os vídeos que trouxemos para você:

Como evitar a solidão na velhice | Drauzio Varella – 6:46

Por que tememos a solidão? | Cuidando da Alma #72-Rossandro Klinjey- 34:36

O Verdadeiro Significado de O NÁUFRAGO (Detalhes + Explicação + Análise) – 16:19

Dá para evitar a solidão, cultivar amizades e ter uma longevidade prazerosa!

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Cintia Yamamoto Ruggiero

Sou apaixonada pelo tema Longevidade, curiosa e inquieta! Quero participar ativamente da revolução da longevidade e colocar o aprendizado profissional de mais de 30 anos e a experiência nas áreas de Negócios e Marketing para trazer conteúdos, produtos e serviços para as Mulheres 50+, conectadas, curiosas e interessadas!