
Cuidar de alguém adulto é uma missão que exige dedicação, amor e, muitas vezes, um grande sacrifício. Mas é fundamental lembrar que, para cuidar dos outros, é preciso, antes de tudo, cuidar de si mesma.
As mulheres maduras, por sua experiência de vida e por seus papéis sociais, muitas vezes assumem o papel de cuidadoras de familiares e entes queridos. Essa jornada, embora gratificante, pode ser exaustiva tanto física quanto emocionalmente.
Segundo a SBGG- Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, “cuidar de alguém pode trazer muitos pontos positivos em sua vida, mas é também um trabalho duro, física e emocionalmente. Se você não der atenção suficiente ao autocuidado, você tem grandes chances de desenvolver o estresse do cuidador, além de ansiedade e depressão”.
“Isso coloca você no caminho para o “Burnout” do cuidador, uma síndrome de esgotamento mental, emocional e físico.
Cuidar exige uma certa dose de altruísmo, mas é importante que você conheça seus limites. Muitas vezes, o cuidador fica tão focado na pessoa de quem está cuidando que negligencia suas próprias necessidades”.
Ruth Drew, diretora de informações e serviços de apoio da Alzheimer’s Association, declarou à Healthline.com, um site americano de informações sobre saúde, que “cuidar de um ente querido com uma doença crônica pode custar caro, e muitos cuidadores colocam suas próprias necessidades de lado.
“Os cuidadores ficam tão ocupados que não percebem que algumas das coisas que estão vivenciando são sinais de estresse.
Quando falamos com os cuidadores, lembramos a eles sobre as luzes de aviso no painel do seu carro, que são uma indicação de que é preciso parar e tomar as providências que estão sendo sinalizadas”.
Quem cuida do cuidador? Evitando o desgaste físico e emocional dos cuidadores de pacientes
Matéria publicada no site da Femana -Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, informa que: “em alguns casos se torna necessário que o paciente com câncer tenha o acompanhamento constante de um cuidador.
Sua função normalmente envolve levar, buscar ou acompanhar durante as consultas médicas; auxiliar no pós-operatório e ou em questões do dia a dia – como lavar roupa, cozinhar, tomar banho e se trocar.
Esse trabalho pode ser feito por um profissional, mas muitas vezes, por falta de recursos ou ainda por opção, os próprios familiares acabam assumindo esse papel”.
“A questão é que seguidamente os cuidadores, em especial os não profissionais, acabam por deixar a própria saúde e bem-estar de lado.
Uma pesquisa da farmacêutica Merck, por exemplo, apontou que, das pessoas que cuidam de um familiar que está lutando contra alguma doença, 53% declararam se sentir cansados na maior parte do tempo e 46% contaram não ter uma brecha na agenda para marcar ou comparecer às próprias consultas médicas”.
Além disso, 61% assumiram que precisam de atendimento em decorrência de sua saúde mental e dois a cada cinco cuidadores admitiram colocar o bem-estar do paciente acima do seu.
Apesar de abalados, os familiares representam a principal fonte de apoio emocional das pacientes, sendo citados por quase 90% das entrevistadas.
Saúde mental
“O impacto de ter um ente querido que esteja enfrentando um câncer já é grande, quando há a necessidade de se envolver nos cuidados diários e, consequentemente, acompanhar o desenvolvimento da doença e tratamento, essa questão se torna ainda mais delicada.
Por esse motivo, é preciso que o cuidador busque algum tipo de suporte emocional seja através do acompanhamento individual de um psicólogo ou grupos de apoio de familiares – muitas ONGs associadas à FEMAMA disponibilizam esse tipo de atendimento gratuitamente”.
Sinais importantes de que o cuidador está cansado, beirando ao stress ou a caminho do “Burnout do cuidador”:
- Fadiga constante: Mesmo depois de uma noite de sono, você se sente cansada e sem energia.
- Alterações de humor: Irritabilidade, ansiedade e tristeza podem se tornar frequentes.
- Problemas de saúde: Doenças como insônia, dores de cabeça e problemas digestivos podem surgir ou se agravar.
- Isolamento social: A dedicação aos cuidados pode levar ao afastamento de amigos e atividades que antes traziam prazer.
- Sentimento de culpa: A culpa por não conseguir dar conta de tudo ou por não estar sempre disponível pode ser constante.
Se você está se dedicando a cuidar de um adulto e está tendo alguns dos sintomas acima, saiba como lidar com o “Cansaço do cuidador”:
- Peça ajuda: Não tenha medo de pedir ajuda a familiares, amigos ou profissionais de saúde.
- Estabeleça limites: É importante aprender a dizer não e delegar algumas tarefas.
- Cuide da sua saúde: Alimente-se bem, pratique atividades físicas regularmente e durma o suficiente.
- Reserve um tempo para si mesmo: Dedique alguns momentos do dia para fazer atividades que você gosta, como ler, ouvir música ou passear.
- Procure apoio profissional: Um terapeuta pode te ajudar a lidar com o estresse e encontrar novas formas de lidar com a situação.
- Participe de grupos de apoio: Compartilhar suas experiências com outras pessoas que passam pela mesma situação pode ser muito útil.
- Mantenha seus hobbies e amizades: Não deixe de lado as atividades que te fazem bem. Seja um clube de leitura, aulas de ioga ou apenas um café com as amigas. Esses momentos de respiro são essenciais para recarregar as energias e manter sua identidade.
- Converse sobre seus sentimentos: Falar sobre suas dificuldades e sentimentos com alguém de confiança, seja um amigo, familiar ou um profissional, como um terapeuta, pode aliviar um peso enorme.
- Cuide de si mesma antes de cuidar do outro: Cuidar de si mesma não é egoísmo, e sim um ato de amor próprio.
Se você já viajou de avião, sabe que é preciso, em uma situação de emergência, primeiro colocar a máscara de oxigênio em si mesmo para só depois ajudar quem precisa, seja a outra pessoa seu filho ou um parente querido. Se você estiver bem, poderá cuidar melhor do outro.
Lembre-se: cuidar de um adulto é um ato de amor, mas para que esse amor não se esgote, você precisa cuidar de si mesma com dedicação.
Se você está se sentindo sobrecarregada, qual é a primeira pequena ação que você poderia tomar hoje para cuidar de si mesma?
Se quiser saber mais sobre esse e outros temas para as Mulheres 50+ interessadas, conectadas e curiosas:
- inscreva-se no nosso Canal do Youtube, dê um like e ative o sininho para receber as notificações de novos vídeos!
- continue acompanhando o nosso site
- siga nossas páginas no Instagram e Facebook.
Um abraço!
Estilo 5.0+
Fontes:
https://www.sbgg-sp.com.br/voce-esta-caminhando-para-burnout-do-cuidador/ https://www.parkinson.org/
Vídeos
Artur Jatobá – Neurologista
Ver essa foto no Instagram
Síndrome do cuidador – Será que você tem? Tais Rezende Psicogerontologia- 06:17
4 dicas para o cuidador lidar com a sua sobrecarga- Tais Rezende Psicogerontologia- 05:05