Você sabe o que são produtos cosméticos Cruelty-Free?

Cruelty-free

Cruelty-free ou livre de crueldade animal significa o produto cosmético não ter sido testado em animais. Isso se aplica não só ao produto final, mas em toda a etapa de formulação, desenvolvimento de um cosmético, comprovação de eficácia e comercialização.

Recentemente, o Senado finalmente aprovou o projeto PLC 70/2014, que proíbe o uso de animais para pesquisas e testes na produção de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal.

Essa é uma conquista muito importante, resultado da luta de vários profissionais brasileiros e de ativistas ao redor do mundo que passaram a defender os direitos dos animais e exigir o fim dos testes na indústria cosmética.

Dentre os profissionais que lutaram por essa conquista, está a Dra. Simone Fanan, recentemente entrevistada pela Estilo 5.0+.

A Dra. Simone Fanan é Química com Mestrado em Bioquímica pela UNICAMP, com certificado pela Universidade de Bruxelas na Bélgica em Avaliação de Segurança de Produtos Cosméticos.

Atua há mais de 30 anos em Pesquisa e Desenvolvimento de testes in vitro de eficácia e segurança de cosméticos e fármacos.

Veja alguns destaques da entrevista realizada e mais sobre cruelty free e nós, como consumidoras, como podemos ajudar a combater a crueldade animal na escolha de nossos cosméticos.

Testes cosméticos são realizados para garantir a saúde humana

Quando um cosmético é desenvolvido e antes de ser comercializado, a indústria deve se certificar de que o produto será seguro para uso humano, que não causará nenhum mal, ou ser cancerígeno. Para isso, são feitos alguns testes de segurança.

Além disso é necessária comprovação de que o que está prometido no rótulo realmente aconteça. Para isso é realizado o teste de eficácia.

Cada produto cosmético tem no verso do rótulo uma lista de ingredientes com nomes científicos e cada um desses ingredientes deve ser previamente testado através de ensaios não-clínicos, sem o uso de humanos, para cada um dos ingredientes.

Evolução dos testes em animais para testes in vivo

Em 1920, os testes de segurança para ingredientes cosméticos começaram a ser feitos após um incidente com uma consumidora de maquiagem nos Estados Unidos. Ela utilizou uma máscara para cílios e teve um dano severo: perdeu a visão.

Além disso, o ingrediente entrou na circulação sanguínea causando a morte desta consumidora.

Isso despertou a necessidade de testes de segurança de irritação ocular, o que passou a ser feito em olhos de coelhos. Eram utilizados 10 coelhos para cada produto; uma gota em cada olho do coelho.

No caso de testes de irritação cutânea, o ingrediente era aplicado na pele dos coelhos. Se causasse alguma alteração na derme do coelho, o ingrediente não seria aprovado.

Depois dos testes, os coelhos eram sacrificados sem nenhum critério.

Para testes de permeabilidade eram utilizados ratos. Removia-se a pele do rato que era colocada em câmeras para verificar a permeação cutânea das fórmulas.

Histórico

A partir daí, em 1959, o zoologista William Russel e o microbiologista Rex Burch apresentaram para a comunidade científica o livro “O Princípio dos 3 R´s” para o uso de animais em pesquisa de forma mais humana:

  • Replacement: substituir o uso de animais com métodos alternativos em pesquisa;
  • Reduction: reduzir o número de animais
  • Refinement: diminuir a dor dos animais durante o experimento e melhorar as condições em cativeiro.

Atualmente, segundo Simone Fanan, “com a evolução da ciência e da tecnologia, existem métodos de teste sem uso de animais como os Testes in vitro, uso de modelos ômicos e computadorizados como softwares utilizados para avaliar se uma molécula pode causar algum dano ao ser humano, modelos de pele humana impressos em 3D e os descartes de cirurgias plásticas como testes não-clínicos”.

A 2ª. maior consumidora de testes em animais é a indústria farmacêutica, para testar a efetividade de vacinas e novos medicamentos.

Em artigo recente, entidades da defesa animal apresentaram dados da Anvisa que indicam que, atualmente, só 0,1% dos cosméticos aprovados são testados em animais.

Na Europa, onde o Cruelty Free começou com a iniciativa dos próprios consumidores, atualmente é proibido os testes em animais pelas empresas cosméticas e a importação de produtos que tenham sido testados em animais.

No Brasil, o banimento de testes e pesquisas em animais no desenvolvimento de cosméticos, perfumes e outros produtos desse tipo ganhou força após o caso do Instituto Royal, em 2013, quando178 cães e 7 coelhos usados em pesquisas foram retirados por ativistas e moradores de São Roque (SP) de uma das sedes do então ativo instituto.

(*)Por aqui, o Senado aprovou o projeto (PLC 70/2014) que proíbe o uso de animais em pesquisas e testes para a produção de cosmético. O projeto não gera impactos no desenvolvimento de vacinas e medicamentos, pois se restringe ao teste de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal. Como o projeto foi alterado no Senado, voltará à Câmara dos Deputados para nova análise. Se aprovado, a medida se tornará lei.

(fonte: agência Senado https://www12.senado.leg.br/)

Selos Cruelty free

Selos Cruelty Free

Dê preferência para produtos com o selo “Cruelty Free” no rótulo. No Brasil o selo representa uma segurança adicional.

Selo Leaping Bunny: com reconhecimento internacional, indica que o produto e seus ingredientes não foram testados em animais.

PETA’s Beauty Without Bunnies: a marca deve não só proibir os testes em animais, mas também recusar a utilização de quaisquer ingredientes de origem animal, para receber este selo.

Natura conquista o selo The Leaping Bunny, da Cruelty Free International

Natura Cruelty Free

A Natura não faz testes em animais para seus produtos cosméticos desde 2003. Em 2018, conquistou o selo The Leaping Bunny, agora impresso em suas embalagens.

Para mais informações sobre Cruelty Free International, Leaping Bunny e seus critérios, visite www.crueltyfreeinternational.org.

As Mulheres 50+ são importantes consumidoras de produtos cosméticos e podem fazer as escolhas que privilegiem o Cruelty Free, além disso compartilhar com outras pessoas para fazerem o mesmo.

A humanidade clama por mais consciência! Para nós, para a natureza e para todos os seres vivos.

Assista o bate papo completo com a Dra. Simone Fanan na íntegra:

Venha participar da jornada da revolução da Longevidade com a gente!

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Estilo 5.0+

Fontes:

https://www12.senado.leg.br/ – agência Senado

https://www.brasildefato.com.br/2023/03/01/governo-lula-proibe-uso-de-animais-em-pesquisa-para-cosmeticos-perfumes-e-itens-de-higiene#:~:text=Em%20dezembro%2C%20o%20Senado%20aprovou,para%20a%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20cosm%C3%A9ticos.

https://www.natura.com.br/blog/sustentabilidade/natura-conquista-o-selo-the-leaping-bunny-da-cruelty-free-international#:~:text=Conquistamos%2C%20em%20setembro%2C%20o%20selo,o%20reconhecimento%20do%20nosso%20compromisso.

https://www.belezanaweb.com.br/loucas-por-beleza/diferenca-entre-cosmeticos-veganos-naturais-e-cruelty-free/

https://simpleorganic.com.br/blogs/simple-blog/cruelty-free-senado-aprova-proibicao-de-testes-em-animais-para-cosmeticos

 

Cintia Yamamoto Ruggiero

Sou apaixonada pelo tema Longevidade, curiosa e inquieta! Quero participar ativamente da revolução da longevidade e colocar o aprendizado profissional de mais de 30 anos e a experiência nas áreas de Negócios e Marketing para trazer conteúdos, produtos e serviços para as Mulheres 50+, conectadas, curiosas e interessadas!