O que é Diabetes?
“O diabetes é uma condição crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue. Esse aumento pode acontecer devido a defeitos na secreção ou na ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, cuja principal função é favorecer a entrada da glicose nas células para gerar energia”, explica o vice-presidente da ADJ Diabetes Brasil, Dr. Ronaldo Pineda Wieselberg, uma entidade não-governamental que faz Advocacy sobre o tema.
O diabetes atinge 10,2% da população brasileira, conforme dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).
O último inquérito Vigitel mostra também que o diagnóstico é mais frequente entre as mulheres (11,1%), do que entre os homens (9,1%).
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ), endocrinologista Daniel Kendler defende que entre os fatores que favorecem as mulheres terem mais diabetes que os homens está o fato de elas terem rotinas sobrecarregadas.
“Mais da metade das famílias brasileiras têm mulheres como a principal provedora financeira. Cada vez mais, as mulheres não têm tempo para ter uma dieta adequada, comem qualquer coisa, não têm tempo para fazer uma atividade física, o que faz com que o diabetes acometa cada vez mais este público.” O especialista ainda lembra que a menopausa, com a redução de produção do hormônio estrogênio, pode representar uma chance aumentada de desenvolvimento da doença nas mulheres.
Diagnóstico
O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Levimar Araújo, também portador de diabetes tipo 1, destaca que o primeiro passo para cuidar bem do diabetes é o diagnóstico precoce. “A gente precisa alertar a população que pessoas que têm uma cintura abdominal aumentada, pessoas com parentes com diabetes, aquelas gestantes, que já tiveram crianças com mais de quatro quilos, todas elas são pessoas que precisam ser mais valorizadas em relação à questão do exame.”
“Mesmo o diagnóstico de pré-diabetes é extremamente importante, porque a pessoa já pode desenvolver complicações referentes ao diabetes”, alerta o presidente da SBD.
Tipo de diabetes e Fatores de risco
Há dois tipos de diabetes. O tipo 1 ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, hormônio cuja função é metabolizar os carboidratos no sangue, o que faz com que a glicose não seja absorvida.
O tipo 2 é o tipo mais comum e ocorre quando o organismo não consegue usar de forma correta a insulina que produz. Este segundo tipo é mais influenciado por fatores como obesidade e má alimentação.
Os fatores de risco para diabetes incluem obesidade, sedentarismo, maus hábitos alimentares e, frequentemente, a associação com outras comorbidades, como a hipertensão arterial. Além disso, é conhecido que as mulheres fumantes têm maior incidência de diabetes mellitus tipo 2.
Complicações
O cuidado com o diabetes requer o controle estrito dos níveis de glicose pela alimentação saudável, medicação, quando prescrita ou pelo uso da insulina produzida em laboratório. O controle inadequado da glicemia pode resultar em várias complicações, que podem piorar gradualmente a qualidade de vida.
As principais complicações afetam, sobretudo:
- os olhos, provocando a retinopatia diabética e até a cegueira;
- os rins, levando o paciente à insuficiência renal crônica, com a necessidade de realização de diálise;
- os nervos de extremidades (neuropatia periférica), principalmente dos pés, mas também das mãos, que podem resultar em amputações de dedos e membros;
- doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC);
Tratamento
O tratamento da diabetes é baseado em uma alimentação saudável, com uma dieta elaborada por uma nutricionista especializada no atendimento a pessoas diabéticas, que saiba equilibrar os nutrientes e garantir um controle metabólico eficaz da doença. É recomendado realizar várias refeições ao longo do dia, o que é benéfico para o controle da glicemia.
Além disso, é importante realizar avaliações periódicas com um clínico médico, que irá acompanhar o progresso do tratamento e ajustar a terapia, se necessário.
A prática regular de exercícios físicos também é recomendada, com uma duração mínima de 40 minutos diários, pelo menos cinco dias por semana. Pode-se optar por atividades como caminhadas, corridas leves ou natação, que podem resultar em uma redução significativa da glicemia, muitas vezes dispensando a necessidade de aumentar a dose de insulina ou ajustar as medicações.
Diabetes e Menopausa
Segundo a Dra. Andressa Heimbecher Soares endocrinologista e Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a preocupação na fase da menopausa deve começar com o peso. É sabido que há uma tendência natural de redução do metabolismo da mulher após o período da menopausa, pela diminuição dos hormônios femininos, o que a faz queimar menos calorias. O risco aqui é o consequente ganho de peso e com mais peso, há maior chance de ocorrer a resistência insulínica, quando ficará mais difícil controlar o diabetes.
Sabemos que os hormônios femininos estrógeno e progesterona ajudam a manter o diabetes mais estável, por auxiliarem no controle da insulina. No entanto, com a menopausa e a parada na produção destes hormônios, é possível que os níveis de açúcar no sangue se tornem mais instáveis, e o ajuste de dose dos medicamentos seja necessário.
Para que esta fase seja a mais tranquila possível, o caminho é o controle. Medir a glicemia de forma mais frequente e realizar exames laboratoriais de rotina com acompanhamento médico mais assíduo, para que ajustes importantes possam ser feitos sob medida. Além disso, realizar uma dieta controlada, atividade física, acompanhamento ginecológico e considerar tratamento correto da menopausa, são passos importantes a serem seguidos nesta etapa, recomenda a Dra. Andressa.
Vamos cuidar bem da nossa saúde para garantir um envelhecimento tranquilo e saudável!
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Time Estilo 5.0+
Fontes:
https://diabetes.org.br/diabetes-e-menopausa-4/
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-11/mais-de-10-dos-brasileiros-vivem-com-diabetes