Diabetes em mulheres maduras. Vamos saber mais

Diabetes em mulheres maduras

O que é Diabetes?

“O diabetes é uma condição crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue. Esse aumento pode acontecer devido a defeitos na secreção ou na ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, cuja principal função é favorecer a entrada da glicose nas células para gerar energia”, explica o vice-presidente da ADJ Diabetes Brasil, Dr. Ronaldo Pineda Wieselberg, uma entidade não-governamental que faz Advocacy sobre o tema.

À medida em que envelhecemos, a atenção à saúde torna-se ainda mais criteriosa. Entre as diversas condições que podem surgir, o diabetes merece um olhar atento. O diabetes em mulheres maduras apresenta algumas particularidades e requer uma compreensão aprofundada para um manejo eficaz e a prevenção de complicações.

Dados

O diabetes atinge 10,2% da população brasileira, conforme dados da pesquisa Vigitel Brasil 2023(Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).

O último inquérito Vigitel mostra também que o diagnóstico é mais frequente entre as mulheres (11,1%), do que entre os homens (9,1%).

“Mais da metade das famílias brasileiras têm mulheres como a principal provedora financeira. Cada vez mais, as mulheres não têm tempo para ter uma dieta adequada, comem qualquer coisa, não têm tempo para fazer uma atividade física, o que faz com que o diabetes acometa cada vez mais este público.” O especialista ainda lembra que a menopausa, com a redução de produção do hormônio estrogênio, pode representar uma chance aumentada de desenvolvimento da doença nas mulheres.

Diabetes e Menopausa

Segundo a Dra. Andressa Heimbecher Soares endocrinologista e Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, da Sociedade Brasileira de Diabetes, “a preocupação na fase da menopausa deve começar com o peso. É sabido que há uma tendência natural de redução do metabolismo da mulher após o período da menopausa, pela diminuição dos hormônios femininos, o que a faz queimar menos calorias. O risco aqui é o consequente ganho de peso e com mais peso, há maior chance de ocorrer a resistência insulínica, quando ficará mais difícil controlar o diabetes”.

“Sabemos que os hormônios femininos estrógeno e progesterona ajudam a manter o diabetes mais estável, por auxiliarem no controle da insulina. No entanto, com a menopausa e a parada na produção destes hormônios, é possível que os níveis de açúcar no sangue se tornem mais instáveis, e o ajuste de dose dos medicamentos seja necessário”.

“Para que esta fase seja a mais tranquila possível, o caminho é o controle. Medir a glicemia de forma mais frequente e realizar exames laboratoriais de rotina com acompanhamento médico mais assíduo, para que ajustes importantes possam ser feitos sob medida. Além disso, realizar uma dieta controlada, atividade física, acompanhamento ginecológico e considerar tratamento correto da menopausa, são passos importantes a serem seguidos nesta etapa”, recomenda a Dra. Andressa.

Diagnóstico

O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Levimar Araújo, também portador de diabetes tipo 1, destaca que o primeiro passo para cuidar bem do diabetes é o diagnóstico precoce. “A gente precisa alertar a população que pessoas que têm uma cintura abdominal aumentada, pessoas com parentes com diabetes, aquelas gestantes, que já tiveram crianças com mais de quatro quilos, todas elas são pessoas que precisam ser mais valorizadas em relação à questão do exame.”

“Mesmo o diagnóstico de pré-diabetes é extremamente importante, porque a pessoa já pode desenvolver complicações referentes ao diabetes”, alerta o presidente da SBD.

Tipo de diabetes e Fatores de risco

Há dois tipos de diabetes. O tipo 1 ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, hormônio cuja função é metabolizar os carboidratos no sangue, o que faz com que a glicose não seja absorvida.

O tipo 2 é o tipo mais comum e ocorre quando o organismo não consegue usar de forma correta a insulina que produz. Este segundo tipo é mais influenciado por fatores como obesidade e má alimentação.

De acordo com a Febrasco, referência científica e profissional no âmbito da saúde da mulher, “os fatores de risco para diabetes incluem obesidade, sedentarismo, maus hábitos alimentares e, frequentemente, a associação com outras comorbidades, como a hipertensão arterial. Além disso, é conhecido que as mulheres fumantes têm maior incidência de diabetes mellitus tipo 2”.

Diabetes Tipo 2 e Mulheres Maduras

O tipo mais comum de diabetes em mulheres maduras é o diabetes tipo 2. Nesta condição, o corpo pode produzir insulina, mas as células se tornam resistentes à sua ação (resistência à insulina), ou o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para manter os níveis de glicose normais.

Aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65 anos têm diabetes tipo 2, segundo Manual MSD sobre Diabetes Mellitus. (DM)

Complicações do Diabetes

Ainda segundo o Manual MSD sobre Diabetes Mellitus, “o diabetes lesiona os vasos sanguíneos, causando seu estreitamento e, portanto, limitando o fluxo sanguíneo. Uma vez que os vasos sanguíneos em todo o corpo são afetados, a pessoa pode apresentar muitas complicações do diabetes. Muitos órgãos podem ser afetados, particularmente os seguintes:

  • Cérebro, causando acidente vascular cerebral
  • Olhos (retinopatia diabética), causando cegueira
  • Coração, causando ataque cardíaco ou insuficiência cardíaca
  • Rins (nefropatia diabética), causando doença renal crônica
  • Nervos (neuropatia diabética), causando diminuição da sensibilidade, principalmente nos pés e nas pernas

Uma glicemia elevada também causa problemas no sistema imunológico; assim, pessoas com diabetes mellitus são particularmente suscetíveis a infecções bacterianas e fúngicas”.

Tratamento

O tratamento da diabetes é baseado em uma alimentação saudável, com uma dieta elaborada por uma nutricionista especializada no atendimento a pessoas diabéticas, que saiba equilibrar os nutrientes e garantir um controle metabólico eficaz da doença. É recomendado realizar várias refeições ao longo do dia, o que é benéfico para o controle da glicemia.

Além disso, é importante realizar avaliações periódicas com um clínico médico, que irá acompanhar o progresso do tratamento e ajustar a terapia, se necessário.

A prática regular de exercícios físicos também é recomendada, com uma duração mínima de 40 minutos diários, pelo menos cinco dias por semana. Pode-se optar por atividades como caminhadas, corridas leves ou natação, que podem resultar em uma redução significativa da glicemia, muitas vezes dispensando a necessidade de aumentar a dose de insulina ou ajustar as medicações.

Prevenção e Manejo:

A prevenção e o manejo adequado do diabetes são cruciais para a saúde das mulheres maduras. Algumas estratégias importantes incluem:

  • Estilo de Vida Saudável: Adotar uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, com baixo teor de gordura saturada e açúcar, é fundamental. A prática regular de atividade física, como caminhadas, natação ou outras atividades aeróbicas, ajuda a controlar o peso e a melhorar a sensibilidade à insulina. Frutas mais indicadas se você tem diabetes: maçã, abacate, amora, limão e coco. As demais, consuma com moderação.
  • Controle do Peso: Manter um peso saudável ou perder peso, se necessário, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
  • Monitoramento da Glicemia: Realizar exames de sangue regulares para monitorar os níveis de glicose é essencial para o diagnóstico precoce e o controle eficaz do diabetes.
  • Medicação: Em muitos casos, medicamentos orais ou insulina podem ser necessários para ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue. É fundamental seguir as orientações médicas quanto ao uso da medicação.
  • Atenção à Saúde Mental: O diagnóstico e o manejo do diabetes podem ser desafiadores. Buscar apoio emocional e cuidar da saúde mental é fundamental.
  • Acompanhamento Médico Regular: Consultas regulares com o médico endocrinologista e outros especialistas (como cardiologista, oftalmologista e nefrologista) são importantes para monitorar a saúde geral e prevenir ou detectar precocemente possíveis complicações.

Vamos cuidar bem da nossa saúde para garantir um envelhecimento tranquilo e saudável!

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Estilo 5.0+

Fontes:

https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1688-casos-de-diabetes-em-mulheres-cresceram-54-nos-ultimos-15-anos

https://diabetes.org.br/diabetes-e-menopausa-4/  

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/diabetes-mellitus-dm-e-dist%C3%BArbios-do-metabolismo-da-glicose-no-sangue/diabetes-mellitus-dm

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2019/05/31/quem-tem-diabetes-pode-consumir-frutas-sim-confira-5-permitidas.htm

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-11/mais-de-10-dos-brasileiros-vivem-com-diabetes

Vídeos

Dr. Drauzio Varella explica quais os fatores de riscos para o Diabetes. – 02:02

Sintomas do início do diabetes | Coluna #146- Dr. Drauzio Varella

Cintia Yamamoto Ruggiero

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