
Muitas mulheres, à medida que envelhecem, notam mudanças no corpo. E para algumas, o aumento de volume nas pernas, coxas e até nos braços pode ser mais do que apenas um ganho de peso. Pode ser um problema de saúde pouco conhecido, chamado Lipedema.
Não é obesidade nem celulite: o Lipedema, doença vascular que atinge principalmente os membros inferiores, atrai cada vez mais atenção de médicos e cientistas, que buscam entender mais sobre a condição e como devem ser os cuidados.
“Segundo o Instituto Lipedema Brasil, a doença afeta cerca de 11% da população feminina mundial, e estima-se que pelo menos 5 milhões de brasileiras apresentem os sintomas”.
O Distúrbio vascular só foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID II) da Organização Mundial de Saúde (OMS), recentemente; no início de 2022. Agora é oficialmente reconhecido como uma doença, e não apenas um problema estético ou uma variante de obesidade.
Trata-se de um marco importante para as mulheres que têm o problema pois a classificação facilita o diagnóstico e o tratamento”.
O que é o Lipedema?
“O Lipedema é uma doença crônica e progressiva que se caracteriza pelo acúmulo anormal de tecido adiposo, ou seja, gordura, principalmente nas pernas e nos braços. A gordura se distribui de forma simétrica, criando um contraste notável entre o tronco e as extremidades do corpo, que tendem a ser desproporcionalmente maiores. O Lipedema é diferente da obesidade comum, pois a gordura acumulada é resistente a dietas e exercícios, e as mãos e pés geralmente não são afetados”.
Segundo o cirurgião plástico Fabio Kamamoto, diretor do Instituto Lipedema, em entrevista para a Revista Viva Saúde, “a doença tem um componente hereditário e, embora homens também possam ter, está diretamente relacionada à presença do estrogênio, o que explica sua imensa prevalência em mulheres”.
Qual a sua origem?
A causa exata do Lipedema ainda não é totalmente compreendida. No entanto, sabe-se que há uma forte ligação com fatores hormonais, já que a doença afeta quase exclusivamente mulheres e geralmente começa ou piora durante períodos de grandes mudanças hormonais, como a puberdade, gravidez e a menopausa, além do componente genético.
Como o Lipedema afeta a saúde da mulher?
Além da questão estética, que pode causar insegurança e impactar a autoestima, o Lipedema é uma doença que traz consequências físicas importantes. O acúmulo de gordura pode ser doloroso ao toque, e a pele na região afetada costuma ser fria e com tendência a hematomas.
A progressão do Lipedema pode levar ao desenvolvimento de outras condições de saúde. Com o tempo, o inchaço pode aumentar, a mobilidade pode ser reduzida e, em estágios mais avançados, pode ocorrer a formação de um quadro chamado linfo-Lipedema, onde o sistema linfático também é comprometido. Isso pode causar retenção de líquidos e inchaço nos pés, o que aumenta o risco de infecções e outras complicações.
Quando procurar ajuda médica?
É comum confundir o Lipedema com ganho de peso ou celulite, mas existem alguns sinais claros de alerta que indicam que é hora de buscar ajuda profissional:
Observe se você tem:
- Acúmulo de gordura desproporcional, especialmente nas pernas (coxas, joelhos e panturrilhas). O volume nas pernas e braços é consideravelmente maior do que no tronco.
- Sensação de peso, dor e sensibilidade na região afetada, especialmente ao toque
- Hematomas frequentes sem causa aparente. O surgimento de manchas roxas com facilidade, sem lesão aparente
- Tendência ao inchaço que piora ao longo do dia e não melhora totalmente com a elevação das pernas.
- Dor ao toque: As áreas afetadas são sensíveis e doloridas, mesmo com uma leve pressão.
Se você se identifica com algum desses sinais, o primeiro passo é conversar com um profissional de saúde. Um diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz. O diagnóstico é clínico e realizado com a avaliação de um médico especializado, como um angiologista, cirurgião vascular ou cirurgião plástico.
O tratamento para o Lipedema não é simples
“Segundo a Dra. Heloise Manfrim, cirurgiã plástica especialista em Lipedema e sócia-fundadora da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons), o Lipedema afeta predominantemente mulheres e surge principalmente nos membros inferiores, mas também pode acometer membros superiores e, em raros casos, áreas distintas como abdômen, face e axilas. A doença, apesar de não ser rara e afetar mais de 12,3% das mulheres brasileiras, ainda é pouco conhecida, levando a falta de diagnóstico ou diagnósticos incorretos, o que atrasa o início do tratamento, aumenta a progressão da doença e, consequentemente, faz com que a paciente sofra física e emocionalmente”, explica a médica.
“O tratamento cirúrgico pode ajudar o paciente, mas deve sempre ser acompanhado do tratamento clínico, conservador, que tem como base quatro pilares: dieta anti-inflamatória, atividade física específica para Lipedema, terapia física complexa e protocolos medicamentosos específicos para a doença”, recomenda a Dra. Heloise.
Cuidados Preventivos: artigo publicado na Revista Viva Saúde trouxe algumas sugestões do que você pode fazer, se tiver Lipedema. Veja abaixo:
Alimentação:
- “Priorize uma alimentação anti-inflamatória reduzindo o consumo de açúcar, ultra processados e carboidratos refinados.
- Aumente a ingestão de proteínas magras, gorduras boas (como azeite de oliva e ômega 3) e vegetais ricos em antioxidantes.
- Beba bastante água para auxiliar a drenagem linfática do corpo.
- Evite alimentos que favoreçam a retenção de líquidos, como embutidos e produtos ricos em sódio”.
Exercícios Físicos:
- “Pratique atividades de baixo impacto, como caminhada, natação, hidroginástica e pilates.
- Faça exercícios de força para estimular a musculatura e melhorar a circulação.
- Aposte em outras atividades que ativem a circulação linfática, como ioga e alongamentos”.
Suporte emocional:
- “Informe-se sobre a doença para se livrar do sentimento de culpa de não “conseguir emagrecer”.
- Busque grupos de apoio, como a ONG Movimento Lipedema.
- Considere fazer terapia psicológica. Um profissional pode ajudá-la a lidar com a ansiedade, a autoimagem e os desafios emocionais do diagnóstico”.
Tratamentos:
- “A drenagem linfática manual ajuda a reduzir o inchaço e melhorar a circulação.
- O uso de meias de compressão auxilia no retorno venoso e alivia a sensação de peso nas pernas”.
Lidar com o Lipedema pode ser desafiador, mas com o apoio médico correto, é possível gerenciar a condição e manter a qualidade de vida.
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Estilo 5.0+
Fontes
https://lipedemabrasil.com.br/quem-somos/
https://vivasaudedigital.com.br/tag/lipedema
Lipedema: O que é, sintomas, diagnóstico e tratamento- Doutor Ajuda – 04:34
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