Chega um momento na vida, geralmente na maturidade, em que o turbilhão das expectativas alheias começa a se acalmar. Os filhos cresceram, a carreira se consolidou (ou se transformou), e o espelho reflete uma mulher com um arsenal valioso de experiências e autoconhecimento. É neste ponto que reside uma das suas maiores liberdades: a de Bancar suas escolhas– a de assumir, sem desculpas, os seus próprios desejos e transformá-los em realidade.
Por muito tempo, a vida de muitas mulheres maduras foi regida pelo “dever”: o que a sociedade, a família ou o parceiro esperavam. Mas agora, é a hora de inverter a bússola e apontá-la para o seu próprio norte.
Matéria publicada na Revista Vida Simples, nos conta sobre Maria Carolina de Jesus, ex-catadora de papel, atual escritora, que “registrava seu cotidiano em cadernos que encontrava no lixo. Isso, quando o sono dos seus três filhos no barraco onde viviam no Canindé, em São Paulo, permitia. Em Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada (Ática), obra autobiográfica de Maria Carolina de Jesus, publicada em 1960, ela respondeu não apenas à sua necessidade de retratar a rotina invisível de uma vida empurrada às margens, mas de ser e sentir. De ser vista. Não como quem serve, mas como quem deseja e pode construir outros mundos por meio de suas escolhas”.
“Meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade.” Afirma Maria Carolina de Jesus.
Ela se permitiu sonhar e realizar o seu sonho
O corajoso salto de Carolina, em meio a um cenário tão adverso, nos ensina sobre bancar o que se quer verdadeiramente. “Mulheres negras historicamente não foram ensinadas a desejar. Foram ensinadas a resistir, a cuidar dos outros, a sobreviver. E quando a gente começa a se perguntar o que quer – não o que precisa, mas o que quer – já está fazendo uma ruptura “, elabora a psicóloga e especialista em gênero e raça Mariana Luz, para a matéria da revista Vida Simples.
Desejo próprio ou vontade de agradar alguém?
“Nossos anseios são condicionados por uma série de fatores socioeconômicos, familiares e de dependência emocional, explica a historiadora Jaciana Melquiades, podcaster em Precisamos falar de amor. Assim, questionar se uma decisão é tomada por desejo próprio ou para agradar ou evitar a tristeza alheia é um passo fundamental para nos apropriarmos do nosso caminho”.
“Precisamos conseguir apartar o que a gente sente do que o outro sente; e entender se as nossas ações estão sendo condicionadas pelo estado emocional de outras pessoas”, recomenda.
“Mas, antes de tudo, é preciso se permitir desejar. Afinal, por vezes, estamos tão presos à censura interna que só nos autorizamos a pôr em prática o que queremos se isso atender ao querer alheio. Do contrário, somos invadidos pela sensação de que estamos transgredindo leis, o que pode ser extremamente angustiante”.
A Arte de Descobrir Seu Próprio Desejo
O primeiro passo para concretizar seus anseios é a descoberta. Como saber o que você realmente quer e não o que foi plantado em você pelos outros?
- Silencie o Ruído Externo: Reserve momentos de solidão e introspecção. Não se trata apenas de meditar, mas de ouvir o silêncio. O que surge quando você não está ocupada cuidando ou agradando?
- Pergunte-se “Por Quê”: Se um desejo surge (uma viagem, um curso, um novo hobby), pergunte a si mesma: “Por que eu quero isso?” A resposta deve ressoar com uma alegria interna e um senso de propósito próprio, e não com a necessidade de impressionar ou cumprir um papel.
- Resgate os Sonhos Antigos: Pense na menina ou na jovem que você foi. O que ela ansiava antes que as responsabilidades tomassem conta? Muitas vezes, nossos desejos mais autênticos estão escondidos naquelas aspirações que foram arquivadas.
- Observe Onde Sua Energia Flui: O que a faz perder a noção do tempo? O que a energiza em vez de esgotar? O seu desejo genuíno é o motor que move a sua alma, não a sua obrigação.
É Preciso se Permitir Desejar
Muitas mulheres maduras sentem uma culpa sutil ao focar em si mesmas. O medo de ser egoísta ou de desapontar é uma âncora invisível. Quebre essa âncora.
Permitir-se desejar é um ato de saúde mental e autoestima. É reconhecer que você é uma pessoa completa, com necessidades e paixões que merecem espaço e investimento. É entender que cuidar de si é a base para que você possa, verdadeiramente, contribuir para o mundo e para as pessoas que ama.
Concretizar com Força e Firmeza
Descobrir é importante, mas concretizar é o que define a sua autonomia.
- Priorize-se: Se o seu desejo é viajar, crie um plano financeiro para você. Se é voltar a estudar, reorganize sua agenda sem pedir desculpas. A maturidade lhe dá a autoridade para fazer seus próprios arranjos.
- Comunique com Clareza: Não peça permissão; comunique sua decisão. Use frases como: “Vou me dedicar a isso agora” ou “Meu foco será neste projeto.” A firmeza na sua fala solidifica sua escolha para você mesma e para os outros.
- Assuma o Risco: Todo desejo realizado envolve sair da zona de conforto. Haverá críticas? Talvez. Haverá dificuldades? Certamente. Mas a mulher madura sabe que a satisfação de viver de acordo com sua verdade supera o medo da desaprovação.
- Celebre: Cada pequeno passo em direção ao seu desejo é uma vitória. Reconheça e celebre sua coragem.
Bancar suas escolhas não é um ato de rebeldia tardia, mas um profundo gesto de respeito por si mesma. Use a sabedoria da sua jornada e o poder da sua maturidade. Você tem a força, a clareza e o direito de ser a arquiteta da sua própria felicidade.
“A vida demanda, os obstáculos aparecem e, se eu não lembrar diariamente o que e por que importa, muitas vezes parece mais fácil desistir.”
Colocar planos em prática, em alinhamento com o que dizemos e pensamos, envia uma mensagem ao cérebro de que somos confiáveis. Assim, ainda que o resultado não saia conforme o esperado, a certeza de que podemos contar conosco para ajustar a situação nos envolve em segurança. “Se eu falo que faço e eu faço mesmo, isso me torna mais confiante, mesmo que o resultado seja negativo”, diz a historiadora Jaciana Melquiades, podcaster em Precisamos falar de amor. Concretizar escolhas significa dar um salto de fé.
Livros para refletir sobre o poder das escolhas:

Os elementos da Escolha– Eric J. Johnson – R$ 62,17 (outubro/2025)
O livro de Eric J. Johnson oferece um guia para saber o que levar em conta na tomada de decisões.

Eu sou as escolhas que faço:
Como resolver o dilema entre o que o mundo espera de você e o que você quer do mundo. Elle Luna – R$ 46,45 (Outubro/2025)
Para a escritora, todos temos um potencial único que nos foi dado ao nascer, mas para ativa-lo, é preciso saber que escolhas fazer e seguir.
Qual é o primeiro desejo, guardado há muito tempo, que você vai tirar da gaveta hoje?
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Estilo 5.0+
Fontes:
https://vidasimples.co/saude-emocional/livros-para-refletir-sobre-o-poder-das-escolhas/
https://vidasimples.co/saude-emocional/banque-suas-escolhas/
https://www.instagram.com/p/DIUPmMmur0K/
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