A menopausa traz diversos impactos na vida da mulher. Recentemente, Gayatri Devi, neurologista do Hospital Lenox Hill, descobriu mais um: o nevoeiro mental, ou transtorno cognitivo na menopausa.
Frases e palavras trocadas, esquecer de algum nome e problemas com a fluência verbal são alguns dos sintomas.
A Fundadora da Estilo 5.0+, Cintia Yamamoto, bate papo sobre Nevoeiro Mental com Maria Ângela Rossetto.
Vamos conhecê-la.
Maria Ângela Rossetto tem mestrado pela Unifesp em distúrbios da comunicação, Professora titular há 30 anos das cadeiras de Psicopatologia, Psicologia do Desenvolvimento Humano e Método de Rorschach na Unfmu e atualmente na Unifesp. Perita nomeada na Vara da Família do Fórum de Santo Amaro e Avaliadora de Cursos de Psicologia pelo INEP e com vários trabalhos publicados em Congressos Nacionais e Internacionais.
Conhecendo mais sobre o Nevoeiro mental ou transtornos cognitivos na menopausa
Maria Ângela descreve alguns sintomas do nevoeiro mental que tanto perturbam as mulheres na menopausa:
Falha de memória. Memória recente comprometida. Capacidade de concentração reduzida. Confusão mental. Dificuldades de tomar decisões. Insegurança.
Além disso, distúrbio na fala, falta palavras, o discurso não tem mais a mesma fluência de antes. Troca palavras. E nem sempre lembra os nomes dos objetos. E com tudo isso chega o medo de estar ficando com alguma demência, Alzheimer por exemplo.
Isso costuma acontecer numa proporção alta de mulheres na pré-menopausa e na menopausa.
Além da fase da menopausa, o nevoeiro mental também pode acontecer quando a pessoa está em quimioterapia, tem lúpus, após uma queda, ou em estados de privação do sono.
As pacientes chegam no consultório com medo de estar ficando dementes, confusas sem conseguir decidir e muito estressadas. A sugestão é procurar um médico que pode ser o ginecologista, o endócrino ou o geriatra.
Por que ocorre o Nevoeiro Mental?
Segundo Maria Ângela, o estrógeno, ou estrogênio, hormônio produzido pelo ovário, da adolescência à menopausa está muito presente no sistema nervoso central.
A deficiência do estrógeno promove uma disfunção cognitiva, reduz a velocidade no processamento cerebral. Esse hormônio é responsável pelo surgimento dos neurônios que geram por sua vez, os impulsos neurológicos. Sua deficiência torna as sinapses mais lentas.
O estrógeno prepara nosso organismo para a ovulação, torna o corpo feminino acinturado, promove ovulação e a gestação. A mulher passa a vida tendo alterações hormonais. Daí sermos mais sensíveis do que o homem a desenvolver transtornos psíquicos.
Tratamentos
O tratamento de reposição hormonal seria ótimo se todas as mulheres pudessem tomar. Mas ainda não há um consenso entre os médicos que agem com cautela na questão da reposição hormonal. E há pessoas que não podem de fato, como por exemplo as que têm problemas cardiovasculares, tem ou tiveram câncer, obesidade.
Há outros métodos de reposição, como os fitoterápicos e a isoflavona presente na soja. Alternativas com determinados antidepressivos e alimentação saudável à base de soja e oleaginosas, carne magra, peixe, aumentar vitamina D e C. Independentemente do tratamento, deve ser acompanhado por um bom profissional.
Importante lembrar que existe uma janela para o tratamento com reposição hormonal: período de 5 a 6 anos após a última menstruação.
É muito importante cuidar da qualidade do sono. A privação de sono pode levar à confusão mental e aumentar o prejuízo cognitivo.
O calorão ou fogachos desse período, também faz com que a mulher acorde várias vezes durante a noite. E pode produzir distúrbios cardíacos.
Uma noite bem dormida restabelece o corpo e a mente.
Cuidados
Ter conhecimento do que está acontecendo no seu corpo, se informar e não ter vergonha de procurar um médico.
Avaliar a qualidade de vida da pessoa e da família que também é impactada nesse período.
Procurar o médico, de preferência o geriatra que pode inclusive prescrever o antidepressivo mais adequado para cada mulher. Faça todas as perguntas. Se ele for acolhedor, mantenha. Caso contrário, procure outro. É importante ter a confiança no médico.
Nessa fase a mulher fica insatisfeita com tudo, irritação o tempo todo. As coisas de que gostava antes perdem sua importância. Parece um vulcão em erupção. O acompanhamento médico irá ajudar.
Como estimular a cognição
Exercício físico para o corpo ajuda na sensação de bem-estar.
O exercício para o cérebro, estimula a nossa cognição. Atividades como leitura, palavras cruzadas, caça-palavras, jogos, trabalhos manuais, programas diferentes como dançar, alongamento, ouvir músicas novas, decorar letras de música, fazer resumos de livros parágrafo a parágrafo vai ajudar a fixar a atenção.
Se proponha uma hora por dia de treino mental.
Não podemos ficar muito presos à TV e ao computador. Se já está estressada, ainda ouvir notícias ruins só piora o stress.
Os livros da Agatha Christie são ótimos para treino mental. Você vai junto com o personagem descobrir o assassino. Os livros do Ken Follet também nos envolvem com suas histórias romanceadas.
A fase da menopausa pode coincidir com uma série de acontecimentos, como filhos adolescentes que entram na faculdade, pais já idosos que ela precisa ajudar, momento desafiador no trabalho onde se perde o interesse ou a paciência.
A mulher baby boomer se sobrecarrega. Quer fazer tudo e se acha responsável por resolver todas as questões. Da sua vida e da família. E se acham mais rápidas e eficientes na decisão de problemas. As novas gerações, mais jovens, não se sentem mais tão responsáveis.
Vivemos melhor quando dividimos as tarefas.
Assista o bate papo integral da nossa Fundadora com a Maria Ângela Rosseto acessando o canal do YouTube da Estilo 5.0+:
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