
Segundo definição da Wikipedia, “a resiliência, conceito emprestado da Física, refere-se à capacidade de um material para retornar ao normal depois de submetido a uma tensão”.
Luana Marques, professora associada de Psiquiatria na Escola Médica de Harvard, afirma que “resiliência é uma mentalidade flexível que ajuda você a se adaptar, pensar criticamente e se manter focada em seus valores e no que é mais importante”.
Em resumo: resiliência é a habilidade de adaptar-se às mudanças, de aprender com os erros e de seguir em frente, mesmo diante de dificuldades.
O Poder da Resiliência: Uma Jornada de Força e Superação
Para as mulheres maduras, ser resiliente é quase que natural. Ao longo da vida, enfrentamos desafios que moldaram nosso caráter e nos tornaram mais fortes.
Por que a resiliência é tão importante?
- Autoconhecimento: A resiliência nos leva a autodescoberta, onde aprendemos a lidar com nossas emoções, a reconhecer nossas forças e a superar nossas fraquezas.
- Crescimento pessoal: Cada desafio superado é uma oportunidade de crescimento. A resiliência nos permite expandir nossos horizontes e alcançar novas metas.
- Bem-estar emocional: Ao desenvolver a resiliência, fortalecemos nossa saúde mental e emocional, tornando-nos mais capazes de lidar com o estresse e a ansiedade.
- Ser uma referência positiva: Ao demonstrar resiliência, inspiramos as pessoas ao nosso redor, mostrando que é possível superar desafios. Ter “humildade, fé e esperança”.
Como cultivar a resiliência?
Os especialistas indicam algumas atitudes que podem nos ajudar a cultivar a resiliência, tais como:
- Cultivar a positividade; mude seus pensamentos. Em situações estressantes, tente equilibrar seus pensamentos adotando uma perspectiva mais ampla da situação. “Isso ajudará você a parar de usar a parte emocional do seu cérebro e começar a usar a parte pensante”.
- Cuidar da saúde física e mental: Uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e sono reparador são essenciais para fortalecer o corpo e a mente. Procure dormir de sete a nove horas de sono por noite e evite o uso de telas antes de deitar.
- Relações sociais: mantenha-se socialmente conectada, seja pessoalmente, por telefone, ou pelas mídias sociais.
- Estabelecer metas: Ter objetivos claros e trabalhar para alcançá-los nos dá um senso de propósito e motivação, especialmente se alinhados com os nossos valores.
- Celebre mesmo as pequenas vitórias: Reconhecer e celebrar suas conquistas, por menores que sejam, ajuda a manter a autoestima elevada.
Saiba mais sobre resiliência assistindo a entrevista da Ana Beatriz Barbosa Silva – psiquiatra, palestrante e escritora brasileira
Resiliência – Mentes em Pauta – | Ana Beatriz – 08:41
Influentes e notáveis que superaram seus desafios com resiliência:
Nelson Mandela
Após cinco décadas de luta, Nelson Mandela (1918 – 2013) foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, mas antes disso o líder da África Negra lutou contra um intenso e perverso regime de segregação e discriminação racial – o apartheid.
A sua força e desejo de ajudar as pessoas que sofriam com o preconceito não repercutiu apenas no continente africano, mas passou a ser um exemplo para todo o mundo!
E mesmo após 27 anos preso numa cela minúscula, com apenas poucos metros de comprimento para se locomover e privado de poder ver a sua família por quase três décadas, Mandela não aparentou ódio ou desejo de vingança quando finalmente foi libertado, mas uma grande serenidade que foi transmitida através de seus discursos que atravessaram o mundo:
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou o seu passado, ou sua religião. As pessoas aprendem a odiar, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto”. Nelson Mandela.
Stephen Hawking e a luta contra a esclerose
Stephen Hawking, físico e cosmólogo, foi diagnosticado aos 21 anos com esclerose lateral amiotrófica, uma doença grave que, gradativamente, vai paralisando todos os músculos do corpo da pessoa.
Sua deficiência nunca o impediu de continuar a trabalhar e de feitos extraordinários – inclusive a participação em algumas séries de televisão e filmes!
Hawking tinha tudo para viver isolado numa casa sombria no alto de uma montanha, ignorando a tudo e a todos, devido a sua condição física. Mas o astrofísico é um grande exemplo de resiliência por ter conseguido superar muito bem as adversidades que surgiram ao longo de sua vida e a adaptar-se plenamente.
Faleceu aos 76 anos deixando um legado de resiliência e conhecimento impressionantes para a humanidade, além de três filhos, um neto e inúmeros prêmios recebidos em reconhecimento aos seus estudos científicos.
Viktor Frankl e a sobrevivência ao Holocausto
O médico psiquiátrico austríaco Viktor Frankl (1905 – 1997) experimentou na pele durante três anos o inferno de viver em quatro diferentes campos de concentração nazista durante a segunda guerra mundial.
Em 1945, é libertado pelos aliados do campo de concentração onde estava preso e Viktor descobre que sua mãe, esposa e irmão foram assassinados nas câmaras de gás de Auschwitz.
Após tudo isso, Frankl conseguiu ultrapassar a depressão, seguir com a sua vida e torna-se um dos mais prestigiados psiquiatras do mundo, sendo convidado para lecionar em importantes universidades, como Harvard e Cambridge.
Frankl é conhecido por ser o fundador da Logoterapia, uma vertente da psiquiatria que explora o sentido da existência do indivíduo e a sua dimensão espiritual. A experiência e os estudos de Frankl estão intimamente relacionados com os conceitos de resiliência como podemos ver em uma de suas declarações:
“Tudo pode ser tirado de um homem, exceto uma coisa: a última das liberdades humanas – escolher a sua atitude em um determinado conjunto de circunstâncias, escolher seu próprio caminho”.
Você pode saber mais sobre Viktor Frankl acessando a matéria completa no nosso site: https://estilo5ponto0mais.com.br/?s=viktor+frankel
Michael J. Fox: luta de 33 anos com Parkinson
O ator canadense-americano, Michael J. Fox, atualmente com 63 anos, conhecido por seu papel no filme “De Volta para o Futuro” (1985), foi diagnosticado com Parkinson em 1991.
Quando questionado sobre como enfrenta os desafios diários da doença, que provoca movimentos involuntários como tremores, rigidez muscular e dificuldades de equilíbrio, ele afirmou: “É difícil para mim. Mas eu preciso manter [o senso de humor] intacto”, declarou à revista People.
Desde o diagnóstico, o ator canadense-americano fundou a instituição Michael J. Fox, organização que se dedica a encontrar a cura para o Parkinson. Até o momento, a fundação já financiou mais de 2 bilhões de dólares em pesquisas e se tornou uma referência global no combate à doença.
Michael é casado, pai de quatro filhos e revelou que construir uma família foi a maior conquista de sua vida.
“Meu maior objetivo, eu acho, era criar uma família. Temos quatro filhos incríveis, e isso tem sido o mais importante”, declarou em entrevista.
Celine Dion e a Síndrome da Pessoa Rígida (SPS)
Céline Dion, uma das vozes mais icônicas da música mundial, revelou sua batalha contra uma doença rara e debilitante: a Síndrome da Pessoa Rígida (SPS). A condição, que afeta os músculos e causa rigidez e espasmos dolorosos, levou a cantora a suspender sua carreira em 2022. Em uma entrevista concedida à Vogue France, Celine revelou que está “aprendendo a viver com isso” e adotando uma abordagem de “um dia de cada vez”.
Recentemente declarou: “Não venci a doença, pois ela ainda está dentro de mim e sempre estará. Espero que encontremos um milagre, uma forma de curá-la com pesquisas científicas, mas por enquanto tenho que aprender a conviver com isso. Então sou eu, agora com Síndrome da Pessoa Rígida. A meu ver, tenho duas escolhas. Ou treino como um atleta e trabalho muito, ou desligo e acabou, fico em casa, ouço minhas músicas, fico na frente do espelho e canto para mim mesma. Optei por trabalhar de corpo e alma, da cabeça aos pés, com uma equipe médica. Eu quero ser a melhor que posso ser”, disse Dion na ocasião.
Daniel Dias – nadador paraolímpico e recordista mundial
Daniel Dias disse certa vez: “Não é uma deficiência física que nos define. O que nos define está dentro de cada um de nós”.
Daniel Dias nasceu com má-formação congênita nos braços e na perna direita. Desde cedo ele precisou de determinação para superar as dificuldades físicas. Na infância, enfrentou cirurgias e sessões de fisioterapia para se adaptar ao uso de próteses. Mas a deficiência física nunca o impediu de conquistar seus sonhos.
Atualmente Dias é o maior nadador paraolímpico brasileiro. Participou dos Jogos de Pequim (2008), Londres (20212), Rio (20216) e Tóquio (2020). Acumulou 27 medalhas, sendo 14 de ouro. Atualmente detém o recorde mundial nas provas de 100 e 200 metros nado peito, 100 metros costas e 200 metros borboleta. E venceu por três vezes o Prêmio Laureus do Esporte Mundial como melhor atleta paralímpico – até 2008, apenas três outros brasileiros haviam recebido a honraria: os futebolistas Pelé (2000), Ronaldo Fenômeno (2003) e o skatista Bob Burnquist (2002).
Diana Nyad – aos 63 anos, atravessou a nado 160 quilômetros
A história da americana Diana Nyad ganhou as telas em um filme de 2023 estrelado por Annette Bening e Jodie Foster, disponível na Netflix.
O longa-metragem mostra Diana, então com 63 anos, conquistar um feito inédito; atravessou a nado os 160 quilômetros entre Havana, Cuba e Key West, na Flórida e sem o uso de uma gaiola de proteção contra tubarões.
A façanha de Nyad é um exemplo de resiliência humana.
Além de superar os limites do corpo, da idade, do ostracismo na carreira e das tentativas fracassadas, Nyad precisou lidar com questões internas. Na juventude, foi abusada sexualmente por um treinador – continuar nadando foi a maneira que encontrou para superar o trauma.
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Estilo 5.0+
Fontes:
https://www.significados.com.br/historias-sobre-a-resiliencia-humana/
Livro: O poder da resiliência: Princípios da neurociência para desenvolver uma fonte de calma, força e felicidade em sua vida – Rick Hanson (Autor), Forrest Hanson (Autor).