
Essa é uma pergunta que muitas de nós, mulheres maduras, fazemos com certa frequência.
A sociedade quase sempre nos leva a buscar incessantemente a longevidade, uma vida mais longa, mas não necessariamente melhor, como se o número de anos fosse o único indicador de uma vida bem-sucedida.
Mas será que viver mais é o mesmo que viver de verdade?
A verdade é que a longevidade, por si só, não garante a felicidade. De que adianta ter muitos anos pela frente se eles são preenchidos por rotinas vazias, sem paixão ou significado? A busca por viver mais se torna uma corrida contra o tempo, uma ansiedade constante que nos impede de aproveitar o agora.
E é aí que entra a ideia de viver melhor. Viver melhor é sobre a qualidade, não a quantidade. É sobre encontrar a alegria nas pequenas coisas, nutrir nossos relacionamentos, cuidar do nosso corpo e da nossa mente, e, acima de tudo, ter um propósito.
Para o Professor Mario Sergio Cortella, “a escolha é por viver melhor, não é apenas viver mais, pois longevidade sem qualidade, propósito e significado se torna uma vida sem valor, e a reflexão deve transformar consciência em ações que resultem numa vida ampla e plena, em vez de uma vida meramente prolongada e superficial”.
Ter um propósito não significa, necessariamente, que você precisa mudar o mundo. “Seu propósito pode ser se tornar uma avó presente, uma amiga que sempre está lá, uma voluntária dedicada, ou simplesmente cultivar um jardim que te enche de paz. O propósito é aquilo que te move, que te dá energia e te faz sentir útil e valorizada. É a bússola que guia suas escoltas e te ajuda a enfrentar os desafios”.
Duração de vida x qualidade de vida.
Para o Dr. Peter Attia, médico renomado e autor do best-seller Outlive, “a longevidade não é apenas a soma dos anos vividos, mas a capacidade de manter uma vida ativa e independente. Afinal, de que adianta alcançar os 90 se você passa boa parte desse tempo limitado, sem energia ou autonomia?
Livro: Outlive – Peter Attia – R$ 53,10 (setembro/2025)
Lifespan x Healthspan: Qual vale mais?
O Dr. Attia diferencia dois conceitos que muitas vezes se confundem: “lifespan (duração da vida) e healthspan (qualidade de vida). O primeiro é simplesmente o número de anos que você vive. O segundo, a capacidade de aproveitar esses anos de forma plena”.
E, segundo ele, “o problema da medicina tradicional (Medicina 2.0) é justamente focar apenas no tratamento de doenças depois que elas aparecem, em vez de prevenir o declínio antes que ele aconteça”.
“Marginal Decade”
Segundo o Dr. Attia, o problema não é a morte, mas o tempo que passamos sem viver de verdade antes dela. Essa fase final, muitas vezes marcada por limitações físicas, é o que ele chama de Marginal Decade – os últimos dez anos de vida, que podem ser vividos com vitalidade ou em sofrimento. Mas é possível mudar isso com treinamento para envelhecer
Treinando para a longevidade
Em vez de esperar a decadência chegar, o Dr. Attia propõe um conceito ousado: “treinar para a velhice como um atleta treina para uma competição. Ele chama isso de Decatlo dos Centenários”.
A ideia é simples: “liste 10 atividades que você quer continuar fazendo quando estiver com 80, 90 ou até 100 anos. Pode ser carregar as compras sozinho, brincar no chão com os netos, subir escadas sem apoio, pedalar, nadar, dançar… O que for essencial para a sua felicidade.
Quem quer envelhecer bem precisa fortalecer o corpo agora para garantir sua independência no futuro”.
Atividade física: pílula da longevidade
Muita gente busca suplementos milagrosos, dietas da moda, mas, segundo o Dr. Attia: nada supera o exercício físico.
Se tivéssemos que apostar em um único fator para aumentar nosso healthspan, seria manter o corpo ativo. Estudos mostram que o segredo para “adiar” a Marginal Decade é simples: continuar se movimentando. Subir escadas, carregar peso, treinar equilíbrio – tudo isso faz diferença”.
“Talvez o segredo não seja adicionar anos à vida, e sim garantir que cada um deles valha a pena. E isso não se resolve de uma hora para outra. Quem espera os problemas aparecerem para agir pode acabar perdendo justamente aquilo que faz a vida valer a pena”.
Confira alguns “indicadores” de bem-estar para um envelhecimento saudável e feliz:
- Bem-Estar Físico: Viver melhor envolve cuidar do seu corpo. Isso se reflete em ter energia para realizar as atividades diárias, ter uma boa qualidade de sono e manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos. Sentir-se bem no próprio corpo é um dos principais pilares do bem-estar.
- Saúde Mental e Emocional: Um dos indicadores mais importantes é a sua paz interior. Isso se manifesta na capacidade de lidar com o estresse, de ser resiliente diante das dificuldades, e de cultivar emoções positivas como a alegria, a gratidão e a serenidade. Viver melhor também é sobre ter uma mente mais tranquila e focada no presente. “O passado já foi, o futuro ainda não chegou”.
- Maior Resiliência: Viver melhor não significa ausência de problemas, mas sim a capacidade de superá-los. Ao investir em sua saúde mental e emocional, você desenvolve a resiliência necessária para enfrentar as adversidades sem se deixar abater.
- Mais Energia e Vitalidade: Cuidar do corpo e da mente aumenta sua energia. Você se sente mais disposta para encarar os desafios, para experimentar coisas novas e para viver a vida com mais intensidade.
- Conexões Sociais: Relacionamentos saudáveis e significativos são fundamentais. Sentir-se conectado com a família, amigos ou comunidade, ter pessoas para compartilhar a vida, para dar e receber apoio, é um indicador de que você está vivendo melhor. A solidão, por outro lado, é um dos grandes inimigos do bem-estar. Ao se concentrar no seu próprio bem-estar, você se torna uma pessoa mais presente e positiva, o que naturalmente melhora seus relacionamentos com os outros. Amizades e laços familiares se tornam mais fortes e profundos.
- Propósito e Significado: Viver melhor é ter a sensação de que sua vida tem um sentido, que você está contribuindo de alguma forma para algo maior que si mesmo. Pode ser através do trabalho, de um hobby, do voluntariado, ou de qualquer atividade que te faça sentir útil e apaixonada.
- Liberdade e Autonomia: Ter o poder de fazer escolhas que estejam alinhadas com seus valores e desejos é outro indicador importante. Sentir que você tem o controle da sua vida, em vez de ser guiada pelas expectativas dos outros, é um sinal de que você está no caminho certo.
Importante: a vida não é uma maratona para ver quem chega mais longe. A vida é uma jornada que deve ser vivida com intensidade e significado. Que a sua seja cheia de propósito, leveza e, acima de tudo, alegria. Afinal, a melhor forma de viver mais é, na verdade, viver melhor a cada dia.
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Estilo 5.0+
Fontes:
https://www.meioemensagem.com.br/sxsw/longevidade-e-saude-o-que-realmente-importa
Vídeos
Viver mais, mas viver melhor? – Mario Sergio Cortella – 04:43
O principal propósito que devemos ter na vida – Mario Sergio Cortella –08:38
O que fazer para Viver Mais e melhor? | Atalla Responde – 04:53