Celso Ruggiero da Estilo 5.0+, nosso especialista e entusiasta por tudo que se relaciona ao entretenimento traz novas dicas de livros com biografias incríveis.
Aventura, ousadia, irreverência e muito talento!
Conheça as personalidades que deixaram sua marca na história e um legado de conquistas e descobertas!
1. Endurance: A lendária expedição de Shacketon à Antártica
Autor: Caroline Alexander
Editora: Companhia das Letras – 248 páginas
Em março de 2022 foi localizado o navio Endurance que afundou no Mar de Weddell, na Antártida, em 21 de novembro de 1915. Toda a tripulação sobreviveu. O Endurance foi o navio utilizado por Shacketon na sua expedição à Antártica.
Na época dos grandes exploradores que chegaram no Polo Sul, liderados pelo explorador norueguês Roald Amundsen. Roald, e mais quatro membros da expedição, chegaram ao Polo Sul em 14 de dezembro de 1911, cinco semanas antes do grupo liderado pelo inglês Robert Falcon Scott, da Expedição Terra Nova.
A época se questionou se Scott não havia errado no planejamento da viagem.
Inspirado nessa viagem, Shacketon resolve fazer uma expedição cruzando toda a Antártica de um oceano até o outro. Ele lidera e organiza toda essa expedição num navio chamado Endurance. Ele chegou a levar cães, cavalos e se preparou para fazer essa expedição a pé no gelo. Mas o Endurance nunca chegou nem ao seu ponto de partida. Ele ficou preso no gelo em janeiro de 1915. Em 24 de outubro, começa a entrar água no navio e pela pressão do gelo, ele se se partiu ao meio e afunda em novembro de 1915.
A partir daí não estamos mais falando de glória como nas expedições anteriores, mas de um líder Ernest Shacketon, que busca salvar a si mesmo e a sua tripulação. Uma lição de liderança, de gestão de recursos, visando trazer todo mundo são e salvo. São 14 meses que ele passa preso no gelo. E o livro narra isso em detalhes. Depois, para saber quem sobreviveu ou não sobreviveu, como que foi a atitude dele em cima de toda essa questão. A distância que ele queria percorrer era algo como ir de São Paulo até Maceió em cima do gelo.
O livro é belíssimo. O fotógrafo, Frank Hurley, australiano, revive essa história extraordinária de resistência e companheirismo. Ele tirou fotos durante toda a expedição. Desde a partida e em todas as situações.
2. O Corsário: Uma invasão Francesa no Rio de Janeiro – Diário de Bordo 1746
Autor: Du Guay-Trouin
Editora: Bom Texto – 196 páginas
O livro narra as memórias de René du Guay-Trouin.
O corsário é aquele que tem uma missão e uma carta de corso permitindo que ele ataque outros navios ou outras nações para um determinado país. Ele era um corsário que respondia à França. Quando criança, tinha sido indicado para o sacerdócio, mas por rebeldia acaba tendo uma vida bastante desregrada até que sua mãe permite que ele vá para um navio onde se reporta a um outro corsário. Ele é um jovem muito pródigo e bem cedo já se torna capitão de uma fragata.
O interessante são todas as histórias de saques e resgates, tanto atacando navios, como cidades e portos. A mais curiosa é quando ele chega ao Rio de Janeiro. E nesse momento ele já é comandante de uma armada completa. Ataca a baía do Rio de Janeiro. A narrativa conta a forma como ele entra nessa baía, conquista a baía, a cidade e depois as negociações pelo resgate da cidade do Rio de Janeiro. Muito interessante.
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3. Jim Morrison – Ninguém sai vivo daqui
Autor: Jerry Hopkings & Danny Sugerman
Editora: Belas-Letras – 440 páginas
Celso se declara fã da banda The Doors e de seu vocalista Jim Morrison e tem certeza de quem curte rock já ouviu pelo menos falar da banda.
Esse livro, Ninguém sai vivo daqui, conta a história de Jim Morrison e explica que essa frase “Ninguém sai vivo daqui” saiu da música Five To One do álbum Waiting For The Sun, do The Doors e era uma frase que o Jim Morrison curtia muito.
Celso comenta que existem várias histórias sobre a origem do The Doors, mas a mais contada, segundo ele, é que Jim Morrison tirou o nome da banda de uma citação do poeta William Blake que diz: “quando as portas da percepção forem abertas, o homem verá as coisas como realmente são: infinitas.”
Esse grupo nasceu quando Jim Morrison encontra ao Ray Manzarek (pianista clássico), em Venice Beach, na Califórnia, na UCLA, em 1965. Jim fazia muitas poesias sobre a alma humana, muito influenciado por William Blake e Nietzsche.
A banda era composta, além de Jim Morrison e Ray Manzarek (teclados), por Robby Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria).
Curiosamente o grupo optou por não ter um baixista. As manobras do Ray no teclado faziam as vezes do baixista quando necessário. Jim não gostava de cantar. Nunca quis cantar. Ele era meio envergonhado. Mas é justamente como cantor que ele vai se revelar, revelar seus poemas, sua rebeldia e colocar suas experiências comportamentais à prova.
O livro vai contar a trajetória dele. O interessante é que o primeiro álbum que ele lança já é o grande sucesso dele. Enquanto os Beatles e Rolling Stones começam com uma pegada mais romântica, a banda vai para as poesias do Jim e a temática da obscuridade e da dualidade da alma humana. People Strange e Light My Fire, essa composta por Robby Krieger, que se tornou hit de sucesso.
A rebeldia de Jim Morrison acaba se sobressaindo. E talvez o único defeito do livro, na opinião de Celso, se foca nessa controvérsia. A controvérsia dele, com a companheira, com a banda, a rebeldia, a dependência com o álcool, o status quo com a polícia, preso dentro do próprio show, a situação com os pais. Ele é filho de um ex-militar e uma mãe dona de casa conservadora. Quando perguntam sobre seus pais, ele responde: eles estão mortos. Quando na verdade não estavam. A irmã até tenta falar com ele num show, mas ele nunca nem a recebe.
A história vai daí a até a morte em Paris, em 3 de julho de 1971, aos 27 anos. A esposa morre em 1974, aos 27 anos. Morte controversa. Caixão fechado. Ninguém viu o corpo. FBI investigava Jim Morrison. A morte é tida como overdose de algo que ele nunca usou.
O importante do livro é a trajetória. O livro foi utilizado para o filme The Doors. Conta a história dele e da banda.
Curiosidade: Jim Morrison está enterrado no Cemitério Père-Lachaise, onde estão também Oscar Wilde, Chopin, Yves Montand, Édith Piaf, Isadora Duncan e Cyrano de Bergerac, Honoré De Balzac.
Mas o único túmulo cercado e que você não pode chegar perto é o do Jim Morrison.
4. Marie Curie: Uma vida
Em português e Em inglês
Autor: Susan Quinn
Editora: Scipione cultural
Livro surpreendente. Vi o filme e achei pouco profundo. E fui atrás de entender um pouco mais sobre Marie Curie.
Manya Salomee Sklodowska, conhecida como Marie Curie, nasceu em Varsóvia na Polônia, no dia 7 de novembro de 1867. Filha de um professor de Física e Matemática do ginásio de Varsóvia e de uma pianista. Com dez anos ficou órfã de mãe. Isso contribuiu para que ela tivesse depressão a vida toda, mas não a impediu de realizar sua carreira.
Na época, a Polônia estava sob o domínio da Rússia czarista. Então elas não tinham muitos direitos.
Com 17 anos, Marie começou a trabalhar como governanta e professora para pagar os estudos da irmã mais velha. Depois de formada em Medicina, a irmã ajudou Marie a realizar seu sonho de estudar na Sorbonne.
Em 1891 Marie foi para Paris quando adotou a forma francesa para seu nome. Para estudar na Sorbonne, Maria viveu em um sótão quase sem ar e com pouco orçamento para as refeições. Nas horas vagas lavava frascos no laboratório.
Em 1893 graduou-se em Física e em 1894 em Matemática. Foi a primeira colocada no exame para o mestrado em Física e no ano seguinte ficou em segundo lugar no mestrado em Matemática e passa em 2º. Lugar.
Ela se casa com Pierre Curie, quando adota o nome Marie Curie.
Trabalhando juntos descobrem que os sais de “tório”, eram capazes de emitir raios semelhantes aos dos sais de “urânio”. Foi ela que afirmou que o urânio era uma propriedade do átomo.
Verificaram que certos minerais de urânio tinham radiações mais intensas que o correspondente teor em urânio, devido a presença de elementos ainda desconhecidos.
Conseguiram isolar um elemento 300 vezes mais ativo que o urânio.
Em homenagem à sua pátria, Maria batizou-o de “polônio”. Porém, os Curie não estavam satisfeitos porque o resto do material, depois de extraído o polônio, era ainda mais potente que o polônio.
Percebendo que ainda no resto do material encontraram um novo elemento, 900 vezes mais “radioativo” (termo criado por Marie) que o urânio. Estava descoberto o “rádio”.
Elemento bom para algumas coisas e não tão bom para outras.
Bom para tratamentos como de radioterapia, mas também a questão de bombas nucleares. Claro, não só dela porque isso começou algum tempo atrás.
Ela foi mãe. Ganhou o prêmio Nobel de física com o marido, depois Nobel de Química, pelo estudo dos potenciais e uso do rádio em processos terapêuticos. Foi a primeira pessoa a ganhar 2 prêmios Nobel.
Construiu Raio X móvel e foi com ele até a front da guerra a pedido da sua filha que via muitos amputados da guerra. O raio x móvel conseguiu reduzir o número de amputações, entre outras coisas.
Foi a primeira mulher a lecionar na Sorbonne. Fundou o Instituto do Rádio que foi muito importante para desenvolver os estudos sobre os potenciais radioterapêuticos do raio x.
Como profissional, cientista, e principalmente como mulher, foi percursora na sua época. Foi, muito à frente do seu tempo.
Ela foi idolatrada na França e no mundo. E também foi execrada na França porque depois da morte do marido teve um caso com um homem casado. E mesmo assim enfrentou tudo isso
Toda a dedicação de Marie Curie à ciência teve um preço: após anos trabalhando com materiais radioativos, sem nenhuma proteção, ela foi acometida por uma grave e rara doença hematológica, conhecida hoje como leucemia.
Marie Curie faleceu perto de Sallanches, França, no dia 4 de julho de 1934.
Algumas curiosidades sobre Marie Curie:
Nas caves da Biblioteca Nacional de França, mantidos em caixas especiais com várias camadas de chumbo, encontram-se alguns dos documentos mais importantes da história da ciência — os cadernos de anotações de Marie Curie.
Para poder consultá-los, os investigadores precisam de vestir roupas de proteção e devem assinar uma declaração de consentimento em que eximem a instituição de qualquer responsabilidade.
A casa onde ela vivia, ficou conhecida como Chernobyl do Senna.
Na década de 1990, o laboratório de Marie Curie recebeu uma profunda limpeza, mas as autoridades francesas ainda proíbem a entrada no local e continuam a controlar periodicamente os níveis de radiação nos seus arredores, incluindo no rio Sena.
O material que ela descobriu acabou sendo usado por Lâminas de barbear, cremes para pele, etc. Até que os USA proibiu o uso.
No túmulo dela, o caixão tem 3cm de chumbo.
Marie Curie permaneceu até 2015 como a única mulher homenageada no Panthéon de Paris.
Onde comprar:
Edição em português
Edição em inglês
Boa Leitura!
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