Quem está acostumado a praticar exercícios, com certeza, já deve ter ouvido a frase “No pain, no gain” – sem dor, sem ganho porque, muitas vezes, os treinos geram algumas dores físicas para se chegar aos resultados esperados.
A prática regular de exercícios físicos é fundamental para a saúde e o bem-estar em todas as fases da vida, especialmente na maturidade. Mas, para muitas mulheres, manter a motivação pode ser um desafio.
Segundo estudos recentes, especialistas reforçam que é importante se divertir com a atividade física escolhida, seja ela qual for. Dai, adotar a nova máxima é: “No Play, no Gain “ou seja, “sem diversão, não há ganho”!
Congresso Brain 2024: Cérebro, Comportamento e Emoções
Evento sobre neurociências que reuniu mais de 5.000 mil especialistas entre 26 e 29 de junho na capital fluminense mostrou estudos que apontam importância de diversão e envolvimento para que exercícios atuem contra depressão e ansiedade e que as pessoas permaneçam em atividade.
A mídia, como a Revista Veja e o jornal o Estado de São Paulo, deram destaque ao tema e nos mostra que a expressão “no pain, no gain” ou “sem dor, sem ganho” que se popularizou rapidamente no mundo fitness para demonstrar que o esforço nos treinos, responsável por dor e renúncias, teria como prêmio bons resultados. No entanto, segundo os estudos mais atualizados sobre o tema e apresentados no Congresso, são os sentimentos de prazer, envolvimento e propósito que levam ao sucesso. Assim, para os especialistas, a frase deve ser substituída por “no play, no gain”, algo “sem diversão, não há ganho”!
E como manter a motivação das pessoas na prática de exercícios e mudar o conceito para movimento com diversão?
“Nos últimos anos, ficaram ainda mais sólidas as evidências que associam se movimentar, mas com melhores resultados em saúde, que vão de benefícios cardiovasculares, para cognição e até protetivos contra depressão e cânceres. Os profissionais de saúde têm cada vez mais prescrito esse “remédio” dentro dos consultórios”.
“Quão efetiva de fato essa recomendação acaba sendo seguida? Aproximadamente 4% dos pacientes seguem “disse Felipe Barreto Schuch, professor adjunto e coordenador do grupo de pesquisa em exercício físico e saúde mental da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os dados são de um estudo publicado na JAMA International Medicina. Sabemos do benefício de estar em movimento, mas, mesmo assim, uma verdadeira pandemia de inatividade física avança”.
“Conforme Estudo da OMS – Organização Mundial de Saúde, “31% dos adultos em todo o mundo não atingiram os níveis recomendados de exercício físico em 2022. São 1.8 bilhão de pessoas que se encaixam no grupo de atividade física insuficiente, número 5% maior do que aquele encontrado pela entidade em 2010.”
“A prevalência de sedentarismo está crescendo em 103 dos 197 países do estudo (52%). No Brasil, ela é de 40,9% da população, o que coloca o País entre aqueles distantes de atingir a meta de redução em 15% da inatividade física até 2030”
Tudo isso indica que é necessário olhar para o exercício físico de outra forma; ao invés de dor (“no pain, no gain”, ou sem dor, sem resultados), para diversão (no play, no gain- sem diversão, sem resultados).
A psiquiatra e coordenadora do Laboratório de Neurociência do Exercício da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Andrea Camaz Deslandes, faz uma reflexão: “Precisamos entender o movimento como uma forma de eu me sentir competente e confiante para interagir com o mundo durante a minha vida”.
Sem exercícios, menos saúde, mais doenças
Em outro estudo, publicado pela Agência Brasil, apresenta os resultados da Pesquisa Saúde e Trabalho, feita pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), onde se concluiu que “52% dos brasileiros raramente ou nunca praticam atividades físicas. Entre os que fazem atividades físicas, 22% se exercitam diariamente, 13% pelo menos três vezes por semana e 8% pelo menos duas vezes semanais”.
“Além da frequência da prática de atividades físicas, o estudo fez a associação entre a prática delas e o adoecimento. Segundo o levantamento do Sesi, 72% das pessoas que praticam exercícios com frequência não tiveram problemas de saúde nos últimos 12 meses. Porém, entre os que nunca praticam atividades físicas, 42% sofreram problemas de saúde em 2022”.
O diretor superintendente do Sesi, Rafael Lucches, destacou que …”com a prática de atividades físicas, temos pessoas mais saudáveis e dispostas para encarar os desafios do dia a dia”. E talvez menos gente nas filas dos hospitais e do SUS.
E quais as dicas dos especialistas para nos ajudar no sedentarismo e focar na diversão?
- Escolha atividades que você gosta de fazer: Dança, ioga, pilates, caminhada na natureza, natação. O importante é encontrar atividades que te tragam prazer e que você se sinta disposto a praticar regularmente.
- Alternar os exercícios na semana: A rotina pode ser um dos maiores inimigos da motivação. Alterne os tipos de exercícios para evitar a monotonia e desafiar seu corpo de diferentes formas.
- Encontre um parceiro de treino: Treinar com uma amiga, familiar ou profissional de educação física pode tornar a experiência mais divertida e te ajudar a se manter comprometido.
- Estabeleça metas realistas: comece com metas pequenas e alcançáveis para evitar a frustração. A cada objetivo atingido, celebre suas conquistas!
- Ouça seu corpo: Respeite seus limites e não se force a fazer mais do que você consegue. O importante é se movimentar de forma prazerosa e segura.
- Seja gentil consigo mesma: Não se culpe por aqueles dias em que a motivação esteja baixa. Pequenas pausas podem ser positivas para recarregar as energias e voltar com tudo.
- Vista-se para se sentir bem: Roupas confortáveis e bonitas podem te dar um impulso de autoestima e te deixar mais animado para se exercitar.
- Explore diferentes ambientes: Mude o cenário dos seus treinos! Caminhe em parques, faça yoga na praia ou dance em casa. Uma mudança de ambiente pode renovar suas energias e deixá-lo mais motivado.
- Faça do exercício um hábito: inclua a atividade física em sua rotina diária, assim como escovar os dentes ou tomar café. Com o tempo, o exercício se tornará um hábito e você nem precisará de tanta motivação.
- Celebre suas conquistas: Reconheça seus esforços e celebre cada pequena vitória. Isso te dará mais ânimo para continuar.
Cuidado com os excessos porque “o comportamento sedentário não é completamente um vilão. Precisamos dele para descansar e refletir sobre a vida. Mas isso se torna um problema quando ele é excessivo” afirma o Professor Felipe Barreto Schuch”.
Importante: a prática regular de exercícios físicos traz consideráveis benefícios para a saúde física e mental, como melhora da força muscular, maior flexibilidade, redução do estresse, aumento da autoestima e prevenção de diversas doenças. Então, invista em atividades que te tragam prazer e transforme o exercício em um momento de alegria e bem-estar!
Praticar exercícios com diversão e alegria são importantes para uma longevidade ativa, saudável e feliz. “No play, no gain”.
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Estilo 5.0+
Fontes:
https://veja.abril.com.br/saude/por-saude-mental-especialistas-recomendam-o-lema-no-play-no-gain