A evolução da mulher no mercado de trabalho – realidade e desafios

A evolução da mulher no mercado de trabalho - realidade e desafios

Neste dia 1º. de maio, comemora-se o Dia do Trabalhador, ou o Dia do Trabalho. É uma data comemorativa internacional, dedicada aos trabalhadores em quase todos os países do mundo, sendo feriado em muitos deles.

Ao lermos sobre isso nos paira na mente uma pergunta: como foi a evolução da mulher no mercado de trabalho? Quais os desafios atuais e novas oportunidades?

Evolução Histórica e conquistas femininas no mercado de trabalho

Desde o início do século XX, as mulheres têm lutado por igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.

A conquista do direito ao voto e à participação política foi um marco importante nesse processo.

Se voltamos um pouco no tempo, vamos lembrar que as convenções do início do século passado ditavam que o marido era o provedor do lar. A mulher não precisava e não deveria ganhar dinheiro.

As que ficavam viúvas, ou eram de uma elite empobrecida, e precisavam se virar para se sustentar e aos filhos, faziam doces por encomendas, arranjo de flores, bordados, davam aulas de piano etc., mas além de pouco valorizadas, essas atividades eram mal vistas pela sociedade.

Mesmo assim, algumas conseguiram transpor as barreiras do papel de ser apenas esposa, mãe e dona de casa, que ficou no passado. A partir da década de 70, quando as mulheres foram conquistando um espaço maior no mercado de trabalho aconteceu a mudança sem data para terminar.

Valores femininos

Atualmente as mulheres estão ocupam postos nos tribunais, na política, na direção de empresas, em organizações de pesquisa de ciências e tecnologia de ponta. Pilotam jatos, comandam tropas, perfuram poços de petróleo, jogam futebol e são donas de seus próprios negócios.

Não há dúvidas de que nos últimos anos a mulher se tornou cada vez mais presente no mercado de trabalho.

Atualmente, as mulheres têm acesso a uma gama mais ampla de carreiras e posições de liderança.

A flexibilização do trabalho remoto e a valorização da diversidade têm criado novas oportunidades para as mulheres se destacarem.

Mas, apesar dos avanços e conquistas ainda há muito desafios.

A disparidade salarial entre homens e mulheres que ainda é uma realidade em muitos lugares.

A conciliação entre trabalho, família e outras responsabilidades continua sendo um desafio para muitas mulheres de todas as idades.

Taxa de desemprego feminina: maior que a masculina.

A taxa de desemprego de mulheres e negros (conjunto de pretos e pardos) terminou 2023 acima da média nacional. Enquanto o país alcançou o índice de 7,4% no último trimestre de 2023, a taxa das mulheres ficou em 9,2% e a dos homens, 6%. Essa comparação significa que o desemprego das mulheres é 53,3% maior que o dos homens

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada em fevereiro de 2024 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Participação da mulher no mercado de trabalho – Pesquisa FGV.

Segundo a pesquisa da FGV, a desigualdade de gênero ainda persiste no mercado de trabalho que são demonstrados através de diferentes indicadores.

  • Taxa de participação feminina mais baixa – No 4º Trimestre de 2022 foi de 52,7%, o que significa que, em média, de cada dez mulheres em idade para trabalhar, 5 estavam efetivamente empregadas. Já entre os homens este indicador era de 7 a cada 10 na força de trabalho.
  • Desemprego por nível educacional maior – O estudo mostra que a taxa de desemprego das mulheres é maior do que a dos homens, independentemente do nível de escolaridade analisado. Por exemplo: com “Até Ensino Fundamental II Completo”, a taxa de desemprego foi de 7,7% no 4º trimestre de 2022, enquanto que entre as mulheres foi de 13,4%, sugerindo que mesmo os homens com baixos níveis educacionais conseguem maior penetração no mercado de trabalho do que as mulheres com o mesmo nível.
  • Remuneração menor – O estudo identificou que, no 4º trimestre de 2022, a remuneração média dos homens foi 28,3% maior do que a das mulheres apesar desta diferença ter caído dez pontos percentuais nos últimos 11 anos. Uma das razões é a pouca representatividade da presença feminina em cargos gerenciais. Este estudo mostra que no 4º trimestre de 2022, a participação das mulheres nessas posições era de 39,2% somente. Outra razão é a própria discriminação salarial que ainda persiste, onde a mulher recebe menos do que o homem mesmo possuindo as mesmas competências e responsabilidades.

De acordo com a pesquisadora Janaina Feijó, o objetivo do estudo foi expor a disparidade de gênero que ocorre “a partir de fatos históricos” e que ainda persiste no mercado de trabalho.

Mulher madura e etarismo no mercado de trabalho

Além de todos os desafios da mulher no mercado de trabalho detalhados até aqui, o Etarismo ou Idadismo (preconceito contra uma pessoa com base na sua idade) dificulta ainda mais a retenção de profissionais mais velhas. E, aparentemente, é maior do que o sofrido pelos homens.

“Depois dos 50 anos, o etarismo acaba sendo um problema a mais para elas, concorda Simone Cornelsen, diretora-geral do Lab60+, movimento de pessoas e organizações que tem como meta revolucionar o significado da longevidade.

Na matéria do Meio & Mensagem sobre “Como as mulheres enfrentam o etarismo”, Rita Almeida, Head de estratégia da AlmapBBDO menciona que a estética é um dos desafios enfrentados pelas mulheres maduras no ambiente de trabalho. Os cabelos grisalhos, por exemplo, são aceitos normalmente em homens sob a premissa de ficarem “charmosos”,  enquanto que entre as mulheres podem ser remetidos à velhice, limitação e até desleixo e falta de profissionalismo.

Ainda nesta mesma matéria é mencionado que na indústria da comunicação, entre os CEOs e presidentes apenas 9% tem idade entre 42 e 56 anos e, somente 15% destas pessoas são mulheres.

As transformações hormonais durante a perimenopausa e menopausa também podem aumentar este preconceito porque, infelizmente, ainda são considerados tabu pela maior parte das empresas. Um estudo da Korn Ferry Institute, em parceria com a Vira Health, identificou que 47% das entrevistadas disseram ter seus desempenhos no trabalho afetados em função dos sintomas da Perimenopausa e menopausa.

Visões equivocadas sobre o preconceito contra a mulher no mercado de trabalho

A pesquisa “Envelhecimento nas Organizações e a Gestão da Idade”, realizada pela FGV com a Aging Free Fair, mostrou que, para ambos os sexos, a visão dos gestores também é barreira para a manutenção da carreira.

Os resultados revelaram que os líderes percebem os seniores como carentes de criatividade e incapazes de se adaptar às novas tecnologias. “É um grande equívoco. Criatividade é algo que se alimenta a vida toda. Um maduro pode ser extremamente criativo, ágil e digital”, ressalta a pesquisadora.

As percepções positivas são associadas, sobretudo, a fidelidade à empresa comprometimento no trabalho e maior equilíbrio emocional. Isso ao comparar com os mais jovens. Mas “as visões negativas ainda parecem ter maior valor, o que acaba refletindo na falta de práticas organizacionais”, lamenta a professora da FGV-EAESP.

“É por isso que muitas mulheres pensam em construir outra carreira, mais longeva, por exemplo, em consultoria, coaching, na academia, como conselheira de empresas ou mesmo empreendedora”, pontua.

Em outro estudo realizado em 2023 pela AlmapBBDO, identificou que entre as fortalezas de pessoas com idade superior a 50 anos estão o desejo de viver a vida ao máximo, coragem de reinvenção, desejo de deixar um legado, simplicidade, respeito ao tempo, acúmulo de vida e autoconhecimento.

Rita Almeida da AlmapBBDO também afirma que apesar das constatações positivas identificadas pelo estudo, ela entende que não houve grandes avanços em termos de utilizar a potência dessas profissionais no mercado de trabalho e que, embora as mulheres entre si estejam falando um pouco mais, nada está acontecendo no ambiente macro.

Muito trabalho pela frente

Segundo entrevista do Morris CEO da Maturi50+, é comum discutir e desenhar projetos de diversidade, equidade e inclusão voltados à potência da mulher, mas pouco se vê ações direcionadas à mulher madura. “Eu desconheço. As pessoas maduras vão ficando esquecidas e as mulheres maduras mais ainda. A maior parte da população é composta por mulheres, quando olhamos somente na faixa acima dos 50 anos a proporção aumenta. No entanto, em cargos corporativos isso não está representado. Temos muito trabalho pela frente.”

Segundo a pesquisa feita com 486 empresas e que empregam de 200 a 10 mil funcionários, sendo 59% de nacionais e 41% multinacionais, somente 3,5% das companhias têm CEOs mulheres e 16% têm mulheres em cargos de diretoria. Já 19% das corporações têm mulheres em cargos de gerência.

Saiba mais sobre o mercado de trabalho feminino acessando os vídeos:

Desafios Profissionais para as Mulheres 50+ com Morris Litvak | Estilo 5.0+ – 24:03

Mulheres maduras enfrentam etarismo no mercado de trabalho|TRT5-Bahia – 9:04

Ainda há muita luta e desafios, vamos em frente, sempre!!

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Um abraço!

Time Estilo 5.0+

Fontes:

https://portal.fgv.br/artigos/diferencas-genero-mercado-trabalho

https://www.meioemensagem.com.br/womentowatch/a-era-dourada

https://blogdoibre.fgv.br/posts/maternidade-e-participacao-feminina-no-mercado-de-trabalho#:~:text=Nesse%20sentido%2C%20a%20taxa%20de,a%20Pandemia%20da%20Covid%2D19.

https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-02/desemprego-de-mulheres-e-negros-termina-2023-acima-da-media-nacional#:~:text=ouvir%3A,a%20dos%20homens%2C%206%25

https://institutodelongevidade.org/longevidade-e-trabalho/carreira/preconceito-contra-a-mulher-no-mercado-de-trabalho

https://www.maturi.com.br/blog/desafios-para-mulheres-50

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