Empreendedorismo feminino das 50+, com confiança!

Empreendedorismo feminino das 50+ com confiança

“É empolgante e desafiador quando uma pessoa 50+ decide ressignificar a vida com algo diferente, como empreender, por exemplo. Um desejo ou até mesmo uma necessidade que pode trazer dúvidas, ansiedade, noites de insônia e medo. As mulheres, em particular, são as que, normalmente, mais têm vivenciado esses transtornos.”

O texto acima é uma análise de Angélica Samarco, psicóloga clínica há 26 anos.

Para a mulher madura, o empreendedorismo feminino pode ser a porta de entrada para uma nova fase de realizações, seja por necessidade ou vontade.

Necessidade ou Vontade: Qual é a sua motivação?

No Brasil, o empreendedorismo feminino é um fenômeno potente e, muitas vezes, é impulsionado por uma mistura desses dois fatores.

  • Necessidade: Para muitas mulheres, empreender surge como a principal alternativa para gerar renda após um corte ou por enfrentarem o preconceito etário (etarismo) no mercado de trabalho tradicional. É a busca por flexibilidade para conciliar a dupla jornada de trabalho e responsabilidades domésticas, ou a dificuldade em conseguir uma recolocação formal.
  • Vontade: Empreender por vontade é a busca por propósito, liberdade, autonomia e o desejo de transformar a própria experiência em um negócio com impacto. A maturidade oferece a confiança e o conhecimento técnico para identificar nichos de mercado e construir soluções inovadoras.

Em ambos os casos, a mulher madura assume as rédeas de sua vida, transformando desafios em oportunidades de criar um futuro financeiramente mais sólido e alinhado aos seus valores.

O Cenário das Mulheres Empreendedoras no Brasil

“As mulheres são maioria entre os empreendedores no Brasil, somando 32 milhões em um total de 52 milhões de empresários”, de acordo com dados do Sebrae (novembro/2024).

“Apesar de liderarem esse cenário, as empreendedoras enfrentam desafios adicionais ao fundar e gerir seus negócios, como desigualdade de oportunidades, falta de acesso a investimentos e sobrecarga com atividades domésticas e de cuidados com os filhos”.

“Essas barreiras não apenas limitam o potencial das empreendedoras e suas empresas, mas também têm impacto na economia global. O Banco Mundial estima que a superação dessa lacuna de gênero poderia aumentar o PIB global em mais de 20%, com ganhos de cerca de R$ 115 trilhões”.

Para ter sucesso ao construir a própria empresa, algumas das maiores empreendedoras do país destacam a importância de ouvir sua intuição, buscar um propósito, se dedicar e se capacitar o tempo todo, construir uma rede (dentro e fora do negócio), aprender a errar rápido e saber quando e como redirecionar a rota”.

Um ponto importante a ser destacado é que as empreendedoras sêniores (acima de 55 ou 60 anos) estão se tornando uma parcela cada vez mais representativa dos negócios estabelecidos, aqueles que permanecem ativos há mais de 3,5 anos. Isso demonstra que a experiência e a solidez da mulher madura são ativos valiosos para a longevidade dos empreendimentos.

Apesar do crescimento, as empreendedoras brasileiras, especialmente as maduras, ainda enfrentam barreiras significativas:

  • Desigualdade de Renda: mulheres ganham 24,4% menos que homens
  • Mulheres negras: renda 47,5% menor que brancas
  • Dupla/Tripla Jornada: A sobrecarga com afazeres domésticos e cuidados familiares limita o tempo para a expansão do negócio.

Pesquisas da Rede Mulher Empreendedora mostram que, “quando conseguem prosperar, quase 50% das mulheres sustentam suas famílias com a renda do negócio. Além disso, investem em educação dos filhos, melhoram as condições do lar e impulsionam a comunidade em que vivem”.

O Desafio do Investimento: Acessando o Capital

Um dos maiores obstáculos é o acesso ao crédito e a investimentos. Por que as mulheres têm mais dificuldade em conseguir investimentos?

A raiz do problema é multifatorial e profundamente ligada a preconceitos e estruturas financeiras não inclusivas:

  • Viés Inconsciente: Investidores, majoritariamente homens, tendem a investir em projetos que se assemelham aos seus, e isso inclui a pessoa que está apresentando a ideia. Há uma tendência inconsciente de questionar mais o potencial de crescimento dos negócios liderados por mulheres, especialmente em setores considerados “não tradicionais”.
  • Acesso Limitado ao Crédito: Muitas vezes, as instituições financeiras não estão preparadas para entender a realidade dos pequenos negócios liderados por mulheres. Quando o crédito é concedido, pode vir com juros mais altos e critérios de garantia mais rígidos.
  • Sub-Representação em Setores de Alto Crescimento: Embora as mulheres empreendam em todos os setores, muitos dos investimentos de risco (venture capital) se concentram em áreas como tecnologia, onde a representação feminina ainda é menor nas posições de liderança e fundação.
  • Poder de Negociação e Autoconfiança: A socialização feminina, por vezes, leva a uma autodesvalorização e a uma menor ambição percebida, o que impacta na hora de pedir um investimento robusto.

“O crédito justo e acessível não só fortalece as empreendedoras, mas também movimenta a economia e cria um círculo de prosperidade. Quando uma mulher cresce, ela leva outras com ela”, conclui Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora

Fatores importantes para o Empreendedorismo Feminino na maturidade

  • Autoconhecimento e autoestima – segundo a psicóloga clínica Angélica Samarco, o processo de autoconhecimento e desenvolvimento da autoestima, são fatores fundamentais para que a pessoa encontre a harmonia entre o querer, poder e realizar.

Angélica explica que nós, os 50+, consciente ou inconscientemente, nos deparamos com uma nova etapa.

E nos perguntamos: quais oportunidades de novas possibilidades? Empreender aos 50+, vale a indagação e o mergulho para dentro de si.

É com esse exercício interno, reavaliando as crenças e valores, objetivando “esse desejo”, que se fortalece a possibilidade de encontrar os próprios recursos, tais como, potenciais, formação, habilidades, experiências, uma determinada visão, com quem contar, até mesmo, quais caminhos percorrer.

Tudo isso, permitirá atuar no mercado com confiança e segurança.  Com certeza, a sensação de ser produtiva e compensada é um belo estado de estar na vida””, complementa Angélica.

Se o Empreendedorismo exige habilidades historicamente masculinas como coragem, resolução de problemas, lidar com tentativas e erros, precisa também de habilidades caracteristicamente femininas como empatia, acolhimento, conciliação e flexibilidade.

Busque inspiração

Bete Marin, cofundadora do Hype50+, do movimento Beleza Pura, do blog Amo Minha Idade e da plataforma Empreendedoras Maduras, destaca a importância de buscar inspiração em casos de sucessos, participar de eventos, encontros, fazer cursos e se associar a plataformas e redes de relacionamentos com outras Empreendedoras.

Para Bete, o empreendedorismo feminino e maduro é uma questão de necessidade e não apenas de capacidade. “A aposentadoria não será suficiente. Se vamos continuar trabalhando após envelhecer e é necessário se manter economicamente ativa, empreender é necessário”, reforça.

Liderança feminina traz mais resultados para as empresas.

Empresas com liderança feminina têm resultados até 20% melhores, de acordo com a ONU, e maior potencial de gerar lucros para seus investidores, segundo a consultoria BCG. Além disso, 52% das companhias com ao menos uma mulher em cargo de chefia pontua melhor em índices ESG-Environment, Social e Governance, fator que, junto com a diversidade, se torna cada vez mais decisivo para a avaliação dos stakeholders.

Segundo um estudo do SEBRAE em parceria com a FGV, “elas possuem maior capacidade de se adaptar e criar em momentos de crise: no início da pandemia de COVID-19, demonstraram muito mais rapidez e facilidade em aderir às vendas online e ofertar novos produtos e serviços de acordo com normas do isolamento social”.

Nesse cenário, 11% das empreendedoras inovaram em seus negócios durante a crise sanitária, enquanto 7% dos homens não fizeram mudanças.

Quando o assunto é empreender em tecnologia, as mulheres têm menor representatividade, mas se destacam na luta pela diversidade e pela promoção de impacto positivo.

Em suma, com mulheres ocupando cargos de tomada de decisões, há um progresso tanto em grandes corporações quanto no ecossistema de startups.

Redes de apoio para a mulher que quer empreender

https://institutodelongevidade.org/longevidade-e-trabalho/empreendedorismo/empreendedorismo-feminino-e-maduro

https://www.maturi.com.br/cadastro

https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/empreendedorismofeminino

https://rme.net.br/

https://www.aladas.com.br/

A maturidade não é um ponto final, mas sim o início de um novo e poderoso ciclo de realizações. A luta continua!

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Um abraço!

Time Estilo 5.0+

Fontes:  

https://forbes.com.br/forbes-mulher/2024/11/empreendedorismo-feminino-grandes-empresarias-dao-dicas-para-fundar-e-escalar-seu-negocio/

https://www.meioemensagem.com.br/womentowatch/empreendedorismo-50-uma-realidade-que-se-impoe-aos-brasileiros

Empreendedorismo feminino cresce, mas falta de crédito freia expansão dos negócios

 

Vídeos:

Desafios de empreender após os 50 anos de idade – TV Câmara- 04:37

Dica para mulheres 50+ que querem empreender- Exame- 00:57

Velha demais para o mercado – 05:18

Trajetória de Luiza Trajano- Presidente do Conselho do Magazine Luiza

 

Cintia Yamamoto Ruggiero

Sou apaixonada pelo tema Longevidade, curiosa e inquieta! Quero participar ativamente da revolução da longevidade e colocar o aprendizado profissional de mais de 30 anos e a experiência nas áreas de Negócios e Marketing para trazer conteúdos, produtos e serviços para as Mulheres 50+, conectadas, curiosas e interessadas!