Segundo o Instituto Vencer o Câncer, “Cuidados paliativos são uma abordagem de saúde integral que busca aliviar o sofrimento em todas as suas formas—física, psicológica, social e espiritual. Quando você, um familiar ou um amigo enfrenta uma doença grave e progressiva, o foco não deve ser apenas na cura, mas também na qualidade de vida”.
“Paliativo” vem do latim pallium e quer dizer ‘manto/cobertor’ que era uma capa colocada nas costas dos cavaleiros das cruzadas para proteger eles das intempéries. Ou seja: cobrir, amparar, abrigar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, “Cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes (adultos e crianças) e famílias que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Previne e alivia o sofrimento através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais.” (OMS, 2017).
Como tudo começou
Os Cuidados Paliativos, tal como os conhecemos hoje, nasceram de um movimento humanista, notavelmente com a fundação do primeiro “hospice” moderno por Cicely Saunders em Londres, na década de 1960.
Cicely Saunders, foi uma médica, enfermeira, assistente social, e escritora inglesa. Em 1965, ela foi agraciada como Oficial da Ordem do Império Britânico e recebeu o título de Dame.
Ela defendia que: “Você importa porque você é você. Você importa até o último momento da sua vida, e faremos tudo o que pudermos para ajudá-lo não apenas a morrer em paz, mas também a viver até a morte”.
Dame Cicely Saunders “transformou a forma como a sociedade encarava o cuidado aos doentes terminais. Ela foi a fundadora do movimento moderno de cuidados paliativos, e seu legado continua a influenciar a forma como muitos de nós seremos cuidados à medida que nos aproximamos do fim de nossas vidas”.
Por que o cuidado paliativo é tão importante?
Segundo a Dra. Ana Claudia Quintana Arantes, médica formada pela USP, com especialização em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium e Universidade de Oxford, desenvolveu treinamentos e cursos sobre cuidados paliativos.
Dentre eles, os treinamentos de Cuidados Paliativos para o Hospital Albert Einstein, e criou um curso sobre cuidados paliativos aberto ao público em geral que tenha interesse no tema. Acesse:
https://educacao.acqa.com.br/fundamentos-de-cuidados-paliativos/?src=google-search-institucional
É também autora do best seller: “A morte é um dia que vale a pena viver”.

A morte é um dia que vale a pena viver. Ana Claudia Quintana Arantes
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Quem é essa pessoa que está doente?
Segundo a Dra. Ana Claudia Arantes, em entrevista para o programa do Jô Soares, em 2015, nos explica que “cerca de 80% das mortes no Brasil acontecem de ‘Morte Anunciada’ – câncer, doença crônica, cardíaca, hepática, demência, AVC..etc – ou seja, doenças que normalmente desde o diagnóstico acabam conduzindo a pessoa por um trajeto que leva à morte. Essas pessoas não são cuidadas com olhar pelo sofrimento que estão efetivamente vivendo. Normalmente os médicos, hospitais e a equipe de saúde olham muito para a doença e não olham através da doença. Afinal, quem é a pessoa que está doente?
Então estas pessoas que têm doenças desse porte de gravidade já deveriam ser acolhidas e tratadas sob essa perspectiva do sofrimento pois o sofrimento abrevia a vida também.”
A Importância do Conhecimento para a Tomada de Decisão
Para nós, mulheres maduras e muitas vezes pilares de nossas famílias, entender os Cuidados Paliativos é uma forma de empoderamento, pois o conhecimento claro sobre essa modalidade de cuidado nos permite:
- Tomada de Decisão Informada (para si mesma): Você pode expressar seus desejos e preferências sobre como quer ser tratada no futuro (as chamadas Diretivas Antecipadas de Vontade). Saber que é possível ter um cuidado focado na qualidade e não na obstinação terapêutica (tratamentos fúteis) traz paz.
- Defesa (para entes queridos): Você se torna uma voz informada para defender a dignidade e a autonomia de seus pais, parceiros ou filhos que enfrentam doenças graves.
- Redução da Ansiedade: Entender que existe um caminho que prioriza o conforto e o bem-estar pode aliviar o medo da dor e do sofrimento no final da vida.
Conhecer os Paliativos é garantir que o tempo restante, seja ele qual for, seja vivido com o máximo de conforto, propósito e dignidade.
Cuidados Paliativos. Conceitos e Princípios
Os Cuidados Paliativos não são sinônimo de “desistir” ou apenas cuidados para quem está em fase final de vida. Pelo contrário, eles representam uma abordagem ativa e humanizada, cujo objetivo principal é melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares que enfrentam doenças que ameaçam a continuidade da vida.
O conceito chave é o alívio do sofrimento. Esse sofrimento não é visto apenas como dor física, mas também como aspectos psicológicos, sociais e espirituais. O cuidado é holístico, ou seja, trata a pessoa por inteiro, não apenas a doença.
Os princípios fundamentais dos cuidados paliativos incluem:
- Alívio da Dor e Outros Sintomas: O controle eficaz e prioritário de todos os desconfortos (náuseas, falta de ar, fadiga, etc.).
- Afirmação da Vida: Consideram o morrer como um processo natural, sem a intenção de apressar ou adiar a morte.
- Integração do Cuidado Psicológico e Espiritual: Abordar as angústias, medos e necessidades de sentido e transcendência.
- Suporte Ativo à Família: Ajudar os familiares a lidar com a doença do ente querido e no luto.
- Início Precoce: Devem ser iniciados o mais cedo possível, juntamente com o tratamento curativo da doença, e não apenas quando este é interrompido.
Evolução dos Cuidados Paliativos
De um cuidado inicialmente focado apenas no câncer terminal, os Paliativos evoluíram para:
- Ampliação do Escopo: Hoje, abrangem um vasto leque de doenças crônicas progressivas: insuficiência cardíaca, renal, pulmonar, doenças neurológicas (como Alzheimer e Parkinson), e muito mais.
- Integração e Profissionalização: Deixaram de ser um cuidado “alternativo” para se tornarem uma especialidade médica e multiprofissional reconhecida (enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, etc.), buscando a integração com o tratamento curativo desde o diagnóstico.
Essa evolução reflete uma mudança cultural profunda: o reconhecimento de que viver bem, do começo ao fim, é um direito humano fundamental.
Investir nesse conhecimento é investir na sua tranquilidade e na de sua família. É uma atitude de amor e responsabilidade.
Saiba mais sobre A importância de falar sobre a finitude da vida acessando Blogpost publicado no nosso site Estilo 5.0+.
E assista também a entrevista do Dr. Venceslau Coelho, geriatra, para a Estilo 5.0+, sobre a Finitude da Vida. Acesse:
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Estilo 5.0+
Fontes
https://www.casadocuidar.org.br/cuidados-paliativos/
https://educacao.acqa.com.br/fundamentos-de-cuidados-paliativos/?src=google-search-institucional
https://vencerocancer.org.br/saude/cuidados-paliativos/
https://www.instagram.com/anaclauquintanaarantes/?hl=pt-br
https://www.kcl.ac.uk/cicelysaunders/about-us/cicely-saunders
Vídeos
O que são Cuidados Paliativos? TV Oncoguia- Dra Ana Claudia Arantes – 02:41
O que lidar com a Morte ensina sobre a Vida- Ana Claudia Arantes – 03:27
Cuidados Paliativos | Ana Claudia Arantes – 05:15
