Você tem vergonha de envelhecer?

Você tem vergonha de envelhecer?

Envelhecer é um processo natural. É algo que acontece com todos nós, e negar ou temer essa realidade só nos traz sofrimento. Mas por que será que algumas mulheres sentem vergonha e até medo de envelhecer?

O medo de envelhecer, conhecido como “Gerascofobia” ou “Gerontofobia”, é um sentimento comum que pode surgir devido a preocupações com a saúde física, mental e estética. Mudanças na aparência, perda de independência e outras incertezas associadas à passagem do tempo e a finitude da vida.

Um dos efeitos da “Gerascofobia” é o aumento nas taxas de realização de procedimentos estéticos. Vale destacar que o Brasil é o segundo país que mais faz esse tipo de intervenção, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Por que o envelhecimento pode causar desconforto?

O desconforto com o envelhecimento pode surgir de diversas fontes. Uma delas é a pressão estética. Vemos a mídia constantemente valorizando a pele sem rugas, o corpo esbelto e a energia inesgotável. Isso pode levar a uma busca incessante pela “perfeição” e, consequentemente, à frustração diante das inevitáveis marcas do tempo.

Outro fator é o medo da perda. Perda de vitalidade, de autonomia, de capacidade física e mental. Há a preocupação com a saúde, com as dores que podem surgir, com a diminuição da energia para as atividades que amamos.

Além disso, a perda de papéis sociais também pode ser um receio, especialmente para aquelas que dedicaram grande parte da vida à criação dos filhos ou à carreira, e agora se veem em uma nova fase. E há também o preconceito etário, o etarismo, também chamado de idadismo ou ageismo que pode nos fazer sentir invisíveis ou menos valorizadas.

Como lidar com o medo da velhice?

Mirian Goldenberg, 68 anos, antropóloga e escritora brasileira, professora aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, referência nos estudos sobre gênero e envelhecimento e colunista da Folha de São Paulo, desenvolveu uma teoria que explica porque o envelhecimento causa tanta angústia nas mulheres brasileiras. Veja se você concorda.

“No Brasil o corpo é um verdadeiro capital, principalmente para as mulheres. Corpo jovem, corpo bonito, corpo em forma” afirmou Mirian Goldenberg, lembrando que estamos entre as maiores consumidoras mundiais de cirurgias plásticas, procedimentos estéticos, botox e tintura para cabelo.

Enquanto a preocupação com o corpo no Brasil é predominante, o mesmo não acontece em outros países da Europa, como Portugal e Alemanha, comentou Mirian num encontro promovido por ela com várias mulheres para discutir a questão do envelhecimento.

Ainda segundo Mirian, quando passou três meses na Europa conversando com mulheres, elas falavam sobre viagens, de amigos e de projetos. Não falavam sobre o corpo, nem de idade e nem de família.

Segundo Mirian, “numa cultura em que o corpo jovem é valorizado, envelhecer provoca muito sofrimento”

A vergonha, o medo de envelhecer muitas vezes traz como consequência, elevados investimentos em procedimentos estéticos exagerados e até arriscados, como vemos com frequência na mídia.

Não estamos defendendo a falta de cuidados e de vaidade pessoal, mas sim, o investimento na autoestima de maneira responsável e saudável.

Mulheres Maduras: no auge da vida

Segundo recente palestra (2025) que Mirian Goldenberg apresentou para mais de 900 pessoas, na FIEP – Campus da Indústria, no Paraná, ocasião em que apresenta uma das pesquisas que realizou e onde questionou: “quem envelhece melhor o homem ou a mulher?”  “A resposta foi quase uma unanimidade: o homem”. E, segundo Mirian, apenas um grupo não concordou: as mulheres de mais de 60 anos. “Elas estão no auge da vida e dizem, nunca fui tão livre e tão feliz. É uma verdadeira revolução”.

Matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo nos lembra que “ao mesmo tempo em que continuamos a rejeitar qualquer sinal que nos aproxime “dos velhos”, pesquisa do IBGE de 2022, mostra que a população idosa no Brasil, com mais de 60 anos, subiu para 15,6%, representando mais de 32 milhões de pessoas. Estamos envelhecendo rápido, numa revolução epidemiológica solitária, uma vez que o preconceito, se mantém constante.

Na mesma matéria do Estadão o editor destaca que “é impossível falar de medo de envelhecer sem lembrar do recente filme “A substância”, no qual Demi Moore interpreta Elizabeth Sparkle, uma renomada atriz de um programa de aeróbica que, desesperada e confrontada por si e pelos outros por causa de sua idade, decide utilizar uma substância misteriosa capaz de lhe “aprimorar”. Trata-se de um filme de terror gore (*), marcado por experiências chocantes, e que metaforicamente diz muito sobre o que vivemos – especialmente as mulheres – no sentido de percepções, medos, angústias e estigmas.

*terror gore: é um subgênero do cinema de terror que, deliberadamente, se concentra em representações gráficas de sangue e violência. Estas películas, por meio da utilização de efeitos especiais, tendem a apresentar um interesse evidente na vulnerabilidade do corpo humano e na sua teatral mutilação.

A importância de ter um novo olhar para o envelhecimento: mais liberdade, mais autenticidade

A maturidade muitas vezes traz uma liberdade que nunca tivemos antes.  Aos poucos, nos desprendemos da necessidade de agradar a todos e da busca incessante por aprovação. Passamos a valorizar mais os nossos desejos e as nossas escolhas. É um momento de maior autenticidade e de viver a vida em nossos próprios termos.

Pesquisamos algumas dicas para lidar com o medo do envelhecimento:

  • Em vez de focar nas perdas, pense nos ganhos: O que você aprendeu? Que novas oportunidades se abriram? Como sua perspectiva de vida mudou para melhor? Celebre suas conquistas e a pessoa que você se tornou.
  • Cuide de si mesma, de corpo e mente: Mantenha uma alimentação saudável, pratique exercícios físicos regularmente e cuide da sua saúde mental. Isso não significa buscar a juventude eterna, mas sim garantir que você tenha energia e bem-estar para aproveitar cada dia.
  • Cultive relacionamentos: Mantenha-se conectada com amigos e familiares. O apoio social é fundamental em todas as fases da vida, e ter pessoas com quem compartilhar experiências e risadas faz toda a diferença.
  • Aprenda algo novo: Nunca é tarde para adquirir novos conhecimentos ou desenvolver novas habilidades. Um curso, um hobby, um novo idioma – manter a mente ativa é crucial e estimulante.
  • Voluntarie-se ou engaje-se em sua comunidade: Encontrar um propósito além de si mesma pode ser incrivelmente gratificante. Contribuir para algo maior traz um senso de realização e conexão.
  • Pratique a aceitação e o amor-próprio: Olhe-se no espelho com gentileza. As marcas do tempo são um mapa da sua jornada. Abrace sua beleza única e autêntica. Lembre-se que sua essência não está na sua idade, mas em quem você é.
  • Época de gratidão: Com o passar dos anos, aprendemos a apreciar as coisas simples da vida e a ser grata por tudo o que temos, o que traz um sentimento de realização. A vida é um ciclo, e cada fase tem sua beleza e seus aprendizados.
  • A velhice é uma época de liberdade: muitas mulheres se sentem mais livres na velhice, pois não precisam mais se preocupar com as responsabilidades do trabalho e da criação dos filhos. Isso dá tempo para fazer o que você realmente gosta e aproveitar a vida ao máximo.

Assista alguns vídeos que trouxemos sobre o tema:

GNT e Eliana- 03:30

 

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Uma publicação compartilhada por GNT (@gnt)

Carro velho precisa de mecânico 3 vezes ao ano – Miriam Goldenberg- 01:28

Sem Censura | Mirian Goldenberg fala sobre a importância da velhice sem a obsessão pela juventude- 03:14 – TV Brasil

Você prefere brigar ou brincar – Mirian Goldenberg- 01.41

avosdarazao – Nosso Tempo é agora – 01:15

Parafraseando Mirian Goldenberg: “A velhice é plural. Para envelhecer tem que ter coragem”, declara a antropóloga.

Vamos viver a nossa longevidade com plenitude e sabedoria!

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Fontes:

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/02/27/gerascofobia-por-que-temos-medo-de-envelhecer.htm

https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2022/05/por-que-envelhecer-e-tao-dificil-no-brasil-leitoras-e-colunista-da-folha-debatem.shtml

https://www.estadao.com.br/saude/voce-tem-medo-de-envelhecer-isso-diz-muito-sobre-o-mundo-em-que-vivemos-e-e-uma-ameaca-a-saude/

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/38186-censo-2022-numero-de-pessoas-com-65-anos-ou-mais-de-idade-cresceu-57-4-em-12-anos

https://conparh.com.br/a-velhice-e-plural-para-envelhecer-tem-que-ter-coragem-disse-mirian-goldenberg/

 

Cintia Yamamoto Ruggiero

Sou apaixonada pelo tema Longevidade, curiosa e inquieta! Quero participar ativamente da revolução da longevidade e colocar o aprendizado profissional de mais de 30 anos e a experiência nas áreas de Negócios e Marketing para trazer conteúdos, produtos e serviços para as Mulheres 50+, conectadas, curiosas e interessadas!