Risco de quedas na Maturidade – Atenção e cuidados

Risco de Quedas na Maturidade

Queda é uma das maiores preocupações na maturidade. Podem trazer graves consequências negativas durante a velhice.

Segundo o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), estima-se que um terço das pessoas com mais de 65 anos sofre queda e, que um em vinte daqueles que sofreram uma queda sofram uma fratura ou necessitem de internação.

Dentre os mais idosos, com 80 anos e mais, 40% caem a cada ano. Dos que moram em asilos e casas de repouso, a frequência de quedas é de 50%.

Como resolver esses acidentes? Atenção e cuidado na prevenção.

Para falar sobre esse assunto tão importante para nós 50+, a fundadora da Estilo 5.0+, Cintia Ruggiero, convidou um especialista no assunto: Dr. Venceslau Coelho.

Vamos conhecer sua trajetória?

O Dr. Venceslau Coelho é formado em Geriatria pela Universidade de São Paulo e Clínica médica pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, especialista em Geriatria pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, médico colaborador do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e integra o Núcleo Avançado de Geriatria do Hospital Sírio-libanês

Fatores associados as quedas dos idosos

“Idoso não pode cair”, Dr. Venceslau faz questão de repetir esta frase várias vezes para os seus pacientes e seus familiares.

Quando se fala de quedas, o Dr. Venceslau destaca que as quedas podem ocorrer dentro e fora de casa. Normalmente são resultados de muitos fatores associados e há diferenças dependendo do perfil da pessoa, por exemplo entre o idoso mais saudável e o idoso mais frágil.

  • O idoso mais saudável e ativo, que por exemplo faz atividade física, faz suas compras e sai de casa, tem o risco de cair na rua.
  • O idoso mais frágil cai por causas mais simples, como no banheiro, na sala, tropeça no canto do tapete, no fio que são causas menos pensáveis de queda. Tomar banho pode passar a ser um desafio muito grande pela dificuldade de se equilibrar e lavar os pés é um desafio muito pior.

Segundo ele, podem ser consideradas causas intrínsecas ou extrínsecas que causam a queda. Exemplos:

  • Intrínsecas: própria do indivíduo. Excesso de peso, artrose no joelho ou uma roupa, ou calçado não adequados, não operou a catarata, os óculos não foram corrigidos, o remédio que toma que pode causar desequilíbrio, a pessoa arrasta o chinelo.
  • Extrínsecas: má iluminação do ambiente, um tapete, ou objeto no caminho, como mesa, cadeira, aparador e até mesmo um animal que pula na pessoa.

As quedas e os impactos na qualidade de vida do idoso

As quedas podem causar a perda da independência, da autonomia, de socialização e até da saúde mental do idoso. A maior parte das mortes decorrentes de quedas ocorre nas pessoas com mais de 65 anos, normalmente por conta das complicações que resultam delas.

Muitas vezes o idoso ativo, que cai na rua, coloca a mão para se proteger e aí pode ter uma fratura na mão.

Já o idoso mais frágil, cai em bloco. Ele nem tem tempo de se defender. E aí pode fraturar a bacia ou o fêmur.

O Dr. Venceslau comenta que quando há uma fratura de fêmur, uma pequena parte dos idosos consegue se restabelecer e voltar à condição anterior, uma outra parte fica acamada e a outra parte, morre em decorrência da fratura e reforça que é melhor não cair porque o fator queda pode ter um desenlace muito traumático e às vezes até catastrófico no paciente mais velho.

“Quando a gente conversa com o público mais jovem orienta: fica atento aos fatores de risco e ao risco de queda dos seus pais. Quando conversamos com um público mais velho, mais sênior, alertamos: cuidado com as situações que te levam a cair.

No consultório sempre temos a dificuldade em convencer sobre a   colocação de barra no banheiro, que é sempre questionável: não preciso, não chegou a hora, etc., mas quando a pessoa coloca a barra no banheiro, ela é usada. E a pessoa fica mais segura.”

Com o envelhecimento, quase todos teremos a perda de massa muscular principalmente nos membros inferiores, o que causa uma dificuldade de resposta rápida para se defender da queda.

E nesse cenário todo fica mais evidente a necessidade da prevenção de quedas.

Atitudes preventivas para evitar o risco de queda dos idosos

O Dr. Venceslau ressalta a importância de identificar os fatores de risco para prevenir as quedas, apesar de não ser uma tarefa multo fácil por conta da variedade de fatores, mas cita alguns exemplos:

  • Sedentarismo – a prática de exercício físico, mesmo que não seja realizado com intensidade ou frequência, auxilia no fortalecimento dos músculos, na postura e no equilíbrio.
  • Artrose no joelho – observar se quando a pessoa anda num plano reto, se ela tem equilíbrio e quais as dificuldades e esforço para fazer aquela caminhada.
  • Problemas de visão – acompanhar periodicamente se os óculos estão adequados, se existe a catarata e foi corrigida e se há alguma medicação que possa causar o desequilíbrio.
  • Incontinência urinária – com a pressa de ir ao banheiro, pode tropeçar e cair.
  • Adaptação da residência: é muito importante tornar a casa mais segura e acessível verificando a iluminação, altura das cadeiras, cama, vaso sanitário, fios soltos, tapetes, barras de apoio, animais de estimação, vaso no caminho da sala para o quarto ou aquele aparador que está no mesmo lugar há 40 anos, que nunca foi um problema no passado quando o idoso era jovem e não tinha nenhum problema.
  • Vestuário feminino – mulheres que usaram salto alto a vida inteira e têm encurtamento no tendão. Quando idosa, se sente mais confortável de salto alto, mas o risco de queda é maior. O ideal é fazer uma adaptação para um salto mais baixo com fisioterapia e, eventualmente usar uma palmilha.

Além destas ações, existem dispositivos e tecnologias que podem ajudar nos riscos de queda, como por exemplo:

  • A bengala como dispositivo de marcha – a bengala pode ter uma função de auxiliar o membro danificado caso tenha ocorrido um derrame, ou AVC. E a bengala é utilizada numa posição contralateral para dar apoio.

Em outros casos, onde não houve o AVC, a bengala dá segurança para a pessoa caminhar. Importante salientar que uma coisa é caminhar num plano e outra é subir escadas, ladeiras, etc

  • Dispositivo de chamada urgência – o idoso pode acionar a família quando ocorre uma queda. Por exemplo, o Telehelp- https://telehelp.com.br/.
  • Cinto de Air Bag para idoso – absorve até 90% das quedas. Pesa menos de 1,1 Kg, mas capaz de se inflar em uma fração de segundos para proteger os quadris e lombar, mas ainda sem muita aceitação por aqui.

Cuidados na abordagem com idoso sobre os riscos de queda

O Dr. Venceslau ressalta que normalmente os idosos escondem dos familiares um desequilíbrio ou queda porque não querem ser cerceados na sua liberdade e autonomia.

Se a sua mãe falar que caiu na rua, você não vai querer que ela saia de casa. Ou se ela comenta que caiu porque o cachorro pulou em cima dela, a família pode decidir tirar o animal de casa, o que é um equívoco porque há toda uma relação afetiva entre a pessoa e o animal. E o idoso não quer se privar do animal de estimação.

A abordagem das mudanças deve ser cuidadosa e com respeito. É um assunto complexo. imagine uma casa com dois idosos e com escada em caracol e móveis que estão lá há muito tempo.

O idoso tem o ponto de vista dele de achar que tudo deve permanecer do jeito que está.

Importante existir um acordo e propor o que é necessário para proteção do Idoso. Trocar um calçado, propor um tapete diferente, em qualquer mudança e ajustes é importante pedir licença para o idoso antes de fazer as mudanças.  Afinal, é casa dele e muitos daqueles itens estão ali há 40 anos ou mais e fazem parte da sua história.

Há profissionais que olham para o ambiente da casa e identificam o potencial de riscos, como o gerontólogo, por exemplo.

E existem arquitetos especializados que podem fazer adaptações interessantes que deixem o ambiente agradável e inovam o espaço, com segurança.

Dr. Venceslau reforça a prevenção de quedas através do fortalecimento muscular, identificação dos fatores de riscos intrínsecos ou extrínsecos, ambientais, medicação, perda de peso, etc.

O medo de cair pode ser protetor para que a pessoa se cuide. Ou limitante e desenvolver o medo de sair de casa.

Contato do consultório do Dr. Venceslau Coelho: (11) 91318-5339.

Assista o bate papo integral da nossa Fundadora com o Dr. Venceslau acessando o canal do YouTube da Estilo 5.0+:

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