Vamos falar sobre culpa?

Vamos falar sobre culpa

Você já sentiu culpa? A culpa é um sentimento que faz parte do ser humano e, em algum momento da vida, você já deve ter sentido. Talvez o que você não saiba é que podemos transformar a culpa em algo positivo.

Vamos entender melhor neste bate papo da fundadora da Estilo 5.0+, Cintia Ruggiero com a Angélica Samarco, psicóloga clínica há 26 anos. Ela utiliza métodos que combinam várias abordagens, como o Coaching Holístico, Constelação Familiar, Análise Transacional, Gestalt Terapia e Psicossomática.

Vamos conhecer mais sobre a sua proposta?

Como a psicologia define o sentimento de culpa

Angélica explica que do ponto de vista da psicologia, a culpa é um sentimento secundário. O sentimento é sentir o momento da culpa, mas o que está por trás da culpa é a emoção primária, uma emoção mais primitiva que normalmente é o medo.

O medo de uma consequência de um ato dentro da nossa realidade que conseguimos ver como nocivo ou errado. Assim como a tristeza que surge quando as pessoas se arrependem.

É normal sentir culpa. Todo mundo sente.

Desde que a sociedade existe há os padrões, crenças, regras estabelecidas e toda vez que as pessoas saem dessas regras não só as da sociedade, mas também as da sua cidade, da sua família e da sua própria consciência, baseadas na sua própria crença, elas se sentem culpadas.

Inocência e culpa segundo a Constelação Familiar

Inconsciente Coletivo, segundo o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, é a camada mais profunda da psique.  O inconsciente coletivo não se desenvolve individualmente, ele é herdado. É um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhadas por toda a humanidade. https://www.telavita.com.br/blog/psicologia-junguiana/

Há todo um mundo de normas, padrões, crenças que estão no nosso coletivo, seja consciente ou inconsciente.

Existem também os sistemas que as famílias definem para que todos tenham a sensação de pertencimento, com crenças e valores que são transmitidos através de gerações.

Segundo Angélica Samarco, a sensação de inocência se dá quando as pessoas seguem todos os padrões definidos, seja de forma consciente ou inconsciente, sejam eles reais ou imaginários.

Por outro lado, o sentimento de culpa surge quando as pessoas entendem que violaram algum destes padrões.

O que é uma boa culpa?

Angélica comenta que a culpa é ruim quando a mantenho escondida, culpo o outro, me isento e deixo o outro culpado. Mas, dentro de mim, continua a intuição de que algo não está bom.

A boa culpa é olhar uma situação, o contexto, a época em que a agressão foi praticada ou o ato que causa a culpa.  Se olha para isso e se torna responsável pode dizer “sinto muito” para quem foi agredido e assumir a responsabilidade pelo mal causado.

E onde irá colocar esse sentimento de culpa? Faz parte da pessoa, da sua história.  O que acontece com a boa culpa? Ela acaba se diluindo, é o olhar da imperfeição. De que somos imperfeitos.

Existe espaço para a culpa no sentimento das pessoas que pode ser fortalecido.

Angélica se recorda das oportunidades que perdeu em abraçar e beijar mais vezes a sua mãe. No passado, ficava lá questionando, porque eu quero, etc.  Mas agora vem a culpa. E a sensação de arrependimento, de que perdeu algo. Mas na época não fez, não pode fazer e nem tinha idade para entender, assumiu a responsabilidade, e aceitou que não tinha consciência na época e deixou de se sentir culpada.

Mulheres sentem mais culpa do que os homens?

Angélica entende que tanto homens como mulheres sentem culpa, mas pelo fato da mulher normalmente ter os valores femininos aflorados, ou seja, ser mais intuitiva, sensível, com alto padrão de responsabilidade e um olhar para o todo, sim, as mulheres têm a tendência de sentirem mais culpa do que os homens.

E exemplifica: “Se ela não conseguem dar conta de todas essas responsabilidades que ela mesma se coloca, sentirá mais culpa. Se a mãe, e a avó fizeram tudo e ela não está conseguindo, irá se sentir culpada.”

“As mulheres sofrem mais culpa depois que se tornam mães”

Sobre esta afirmação, Angélica Samarco comenta, que do ponto de vista psicológico, vamos pensar no poder que a mulher tem de gerar uma vida no útero e colocar no mundo, mas que também gera uma responsabilidade enorme, que é do feminino. É ela quem deve cuidar e proteger.

Mas com todo este poder, muitas vezes a mulher pode não estar em equilíbrio e, mesmo podendo engravidar, ela pode não querer, pode se sentir só, sem o apoio do parceiro, não estar pronta para ter filhos, não querer amamentar. É importante entender que a maternidade não é perfeita! Afinal, será que as nossas mães e avós foram tão perfeitas assim?

Também é importante entender que, como pessoa e mulher, ela fará o que for possível naquele momento e que quanto mais consciente daquilo que ela for, mais disponibilidade para o afeto e para o amor e para o equilíbrio.

Angélica exemplifica: se uma mulher descobre uma gravidez que não queria e que no inicio sentiu raiva e com muitas emoções negativas, mas depois isso muda, o que ela não queria, passa a querer. Começa a entrar numa consciência de si mesma e se torna responsável pelos momentos em que sentiu raiva e agora sente prazer. Esse novo sentimento flui dentro dela e se sente mais livre para o afeto e o amor.

O que prejudica muitas mulheres é que elas não querem olhar para esse sentimento inicial. Sentem vergonha e carregam a culpa. O ideal é que olhassem e entendessem que “Era o que eu podia fazer naquele dia, naquela época. Agora posso fazer de uma outra forma”.

A culpa pode estar muito presente nas mulheres da geração babyboomers que começaram a trabalhar fora, aumentando o papel multitarefa de mulher, mãe, as obrigações da casa e agora os desafios profissionais.

Angélica argumenta que essas mulheres deveriam olhar estes desafios como a boa culpa. Elas estão quebrando paradigmas. Está deixando o filho mais tempo no berçário, ou com a família, ou com a babá. Mas está se projetando como mulher, como profissional, conquistando coisas. É importante buscar o equilíbrio, não é fácil, mas este é o desafio!

“Quando a mulher encontra um lugar para tudo o que já foi feito antes e o exercício árduo de encontrar um lugar de respeito para a mulher isso se torna muito gostoso. Estar neste lugar. E isso foi graças a essa galera do passado que a gente pode estar aqui hoje.”

Dicas para lidar com a culpa

Angélica recomenda trocar a palavra culpa por tornar-se responsável. Afinal, somos imperfeitas. Quando bater a culpa por algum movimento ou atitude:

  • Olhe, respire, sinta o incômodo e assuma a responsabilidade!
  • Converse com o outro e diga: “Sinto muito por ter te incomodado”
  • Vamos trocar a culpa por “sou responsável por isso”.

Aqui vai uma dica de um filme que está sendo exibido na Netflix, fala do mito da maternidade. O filme se chama A Filha Perdida. É sobre as férias pacatas de uma mulher à beira-mar que mudam de rumo quando sua obsessão por uma jovem mãe hospedada nas proximidades traz à tona antigas lembranças… e culpas.

A Filha Perdida | Trailer Oficial | Netflix Brasil

Contato da Angélica Samarco: Instagram @angelicasamarco.psicologia

Convidamos você a assistir o bate papo integral da nossa Fundadora com a Angélica Samarco acessando o canal do YouTube da Estilo 5.0+:

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Um abraço!

Cintia Yamamoto Ruggiero

Sou apaixonada pelo tema Longevidade, curiosa e inquieta! Quero participar ativamente da revolução da longevidade e colocar o aprendizado profissional de mais de 30 anos e a experiência nas áreas de Negócios e Marketing para trazer conteúdos, produtos e serviços para as Mulheres 50+, conectadas, curiosas e interessadas!

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